Prestígio dos micronutrientes e manejo da emprego em cana de açúcar

A cana-de-açúcar é hoje uma das principais culturas produzidas no país e é responsável por uma parcela considerável do agronegócio brasílico. Uma das bases para o progresso produtivo desta cultura é o manejo da adubação (VITTI; OLIVEIRA; QUINTINO apud SEGATO; PINTO; JENDIROBA, 2006).

A adubação para subida produtividade de um canavial requer não unicamente o fornecimento de macronutrientes, mas também é fundamental o manejo dos micronutrientes durante o seu ciclo, fornecendo-os da melhor forma provável, nas épocas mais adequadas (BECARDI, 2010). Ainda segundo o responsável, cada nutriente, principalmente Zinco, Cobre, Manganês, Boro e Molibdênio – essenciais para o desenvolvimento da cana-de-açúcar – tem papel importante, demonstra formas e épocas recomendadas de emprego e apresenta sintomas específicos de deficiência.

Introdução

Os micronutrientes desempenham papéis vitais no metabolismo vegetal, de modo a fazerem segmento de compostos essenciais no metabolismo e na atividade enzimática. Nesse sentido, para a cana-de-açúcar, os micronutrientes podem atuar no incremento do talo, perfilhamento, resistência a doenças, produtividade e qualidade tecnológica na colheita (MELLIS, 2019).

Apesar de sua preço, poucos produtores costumam dar a devida atenção ao manejo dos micronutrientes, vestimenta que dificulta o alcance de altas produtividades da cana-de-açúcar, principalmente em canaviais já longevos. Em estudo analítico realizado em amostras de solo retiradas do Estado de São Paulo, os dados mostraram que 80% dos pontos coletados apresentavam deficiência de micronutrientes, ou seja, inferior do nível crítico (VALE; ARAÚJO; VITTI, 2008). De pacto com o Novo Boletim 100, o texto de micronutrientes no solo é classificado conforme a tábua inferior:

De pacto com Vitti e outros (2015), o manejo da emprego de micronutrientes na cana-de-açúcar não inclui unicamente a quantidade de cada um a ser aplicada, mas também a forma e o momento ideais para fornecê-los.

Ainda segundo os autores, uma estratégia complementar ao suprimento via solo é a adubação foliar. Destaca-se nessa emprego foliar o manejo do nitrogênio combinado com molibdênio, zinco, boro e cobre na período de incremento apressurado e distensão do talo – novembro, dezembro e janeiro. As doses para emprego foliar podem variar de 8 a 10 kg.ha^-1 de N, 50 a 120 g.ha^-1 de Mo, 100 a 300 g.ha^-1 de B e 300 a 500 g.ha^-1 de Zn.

Ao final, é provável que os micronutrientes sejam aplicados na cana-de-açúcar de diferentes formas, dependendo da facilidade prática e rentabilidade de cada manejo. Pode-se enumerar essas vias conforme a seguinte repartição: Cana-planta – sulco de plantio, via colmo, quebra-lombo, herbicida (boro), via foliar (próximo ao N de incremento vegetativo sumo) e pré-maduras; Cana de soca – via formulada, via herbicida (boro), via estaquia (inseticida) e via foliar (PENATTI, 2014).

O boro atua essencialmente na lignificação da parede celular além de facilitar no transporte e complexação dos carboidratos de forma a influenciar na proibição da formação do fécula, evitando a polimerização excessiva dos açúcares (SOBRAL; WEBER, 1983). Devido à sua baixa mobilidade, quando escasso, pode promover deformação nas folhas jovens, que são quebradiças.

A preço do manganês é notada com sua participação na síntese de proteínas, multiplicação celular, fotossíntese e ativação enzimática. A deficiência de Mn é evidente nas folhas mais novas que apresentarão clorose entre as nervuras, da ponta até o meio das folhas, onde evoluirão para necrose. As folhas também podem se estilhaçar com o vento (ROSSETTO; SANTIAGO, sd.).

O ferro atua principalmente no transporte de elétrons nas células e na ativação enzimática, além de ser um micronutriente importante para a síntese de clorofila (SOBRAL; WEBER, 1983). Sua falta provoca manchas internervais nas folhas mais novas que podem progredir para o restante da vegetal, tornando-a esbranquiçada (ROSSETTO e SANTIAGO, sd.).

Em relação ao Cobre, é provável primar seu papel na atividade enzimática, transporte de elétrons na fotossíntese e sua tributo na resistência a doenças. Sua carência pode levar à formação de clorose nas folhas mais novas, formando uma espécie de ilhéu. As touceiras não se sustentam e haverá perda de turgidez, fazendo com que as folhas caiam, com sintoma de ponta caída (ROSSETTO e SANTIAGO, sd.).

Para a cana-de-açúcar, o zinco é de fundamental preço para o bom perfilhamento e incremento da vegetal, pois atua na síntese do triptofano, precursor do ácido indolacético (IAA) – responsável pelo distensão e incremento celular. A deficiência desse micronutriente pode promover estrias cloróticas verde-claras nas folhas. Estes serão assimétricos, curtos e largos no meio. Há uma redução no perfilhamento e no tamanho dos entrenós, os colmos também sofrerão onde ficarão mais finos e perderão a turgidez. (ROSSETTO e SANTIAGO, sd.).

O molibdênio está diretamente relacionado ao metabolismo do nitrogênio por atuar nas enzimas nitrato redutase e nitrogenase. Sua falta desencadeia estrias cloróticas longitudinais, além do ressecamento das folhas mais velhas (ROSSETTO e SANTIAGO, sd.).

Desenlace

Além das recomendações de macronutrientes, produtores e usinas de cana-de-açúcar devem seguir as novas recomendações de adubação do Novo Boletim 100.

Os micronutrientes trazem um aumento significativo na produtividade e apresentam boa relação custo-benefício, pois são aplicados em menores quantidades.

Podem ser aplicados via solo e via foliar, tanto em cana-planta quanto em cana-soca.

As recomendações atuais sugerem a concentração das dosagens no plantio, com exceção do boro, que também deve ser aplicado em cortes subseqüentes.

Por termo, é importante entender e identificar sua deficiência, para entender o que está limitando a produtividade da cana-de-açúcar.

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Referências

BECARDI, GRG Resposta da cana-planta à emprego de micronutrientes. 72 p. 2010. Dissertação (Mestrado) – Instituto AgronômicoCampinas, 2010.

MELLIS, EV “Novas recomendações de micronutrientes para cana-de-açúcar”. FertBio 2016. Goiânia, Goiás. 20 de outubro de 2019.

ORLANDO FILHO, J.; ROSSETO, R.; CASAGRANDE, AA Cana-de-açúcar. In: FERREIRA, ME; CRUZ, MCP; RAIJ, B. Van.; ABREU, CA (Org.). Micronutrientes e elementos tóxicos na cultura. Jaboticabal: CNPq/FAPESP/POTAFOS, 2001. P.335-369.

PENATTI, CP 2014. Adubação da cana-de-açúcar: 30 anos de experiência. Ottoni, Itu.

VALE, F.; ARAUJO, MAG; VITTI, GC. Avaliação do estado nutricional de micronutrientes em áreas com cana-de-açúcar. In: XXVIII Encontro Brasiliano de Fertilidade do Solo e Nutrição de Vegetação, 2008, Londrina/PR. XXVIII Encontro Brasiliano de Fertilidade do Solo e Nutrição de Vegetação, 2008.

VITTI, GC; OLIVEIRA, DB; QUINTINO, TA Micronutrientes na cultura da cana-de-açúcar. In: SEGATO, SV, PINTO, AS, JENDIROBA, E. (org.) Atualização na produção de cana-de-açúcar. Piracicaba: Livroceres, 2006. p. 122-138.

VITTI, GC; OTO, R.; FERREIRA, LRP Nutrição e adubação da cana-de-açúcar: manejo nutricional da cultura da cana-de-açúcar. In: BELARDO, GC; CÁSSIA, MT; SILVA, PR, editores. Processos Agrícolas e Mecanização da Cana-de-Açúcar. Sociedade Brasileira de Engenharia Agronômica – SBEA; 2015. 608 p.

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ORLANDO FILHO, José, et al. Seja o médico do seu canavial. [sd., Setembro, 1994] www.npct.com.br. Acessado em: 26 de abril de 2022.