Com a chegada do mês de maio, os agricultores brasileiros estão atentos às análises agroclimáticas para entender como o clima deve se comportar no período. As informações são importantes para o planejamento das operações de plantio e colheita e permitem que os agricultores se preparem para situações adversas ou aproveitem oportunidades de clima favorável.
Nesta análise do mês de maio são mostrados temperatura, precipitação e umidade do solo, e como isso pode afetar a produção agrícola em diversas regiões do Brasil.
De que cenário estamos vindo (o que aconteceu em abril)?
Em abril, as temperaturas mínimas ficaram acima da média, enquanto as temperaturas máximas ficaram abaixo da média. Esse cenário resultou em maior número de dias chuvosos, principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país. No entanto, o contrário foi observado na BA e no RS, onde tanto as temperaturas mínimas quanto as máximas ficaram acima da média.
Esse cenário de abril trouxe alguns problemas pontuais, como o atraso no avanço da colheita da soja por conta das chuvas e a possível queda de produtividade em função da estiagem.
A resposta no comportamento das chuvas em abril foi mista, com chuvas abaixo da média no RS e no centro-norte do Brasil, mas com algumas áreas do cinturão central e até o sul da região norte tendo chuvas pontuais acima do média.
Condições atuais da safra no final de abril
Segundo relatórios recentes da Conab, as condições hídricas nas lavouras brasileiras eram satisfatórias até a última semana de abril. No entanto, foi identificado um período mais seco na Bahia, o que vem afetando o desenvolvimento das lavouras de milho e feijão em estágios iniciais. Enquanto isso, a colheita da soja está chegando ao fim. O trigo, por outro lado, foi favorecido pelo clima favorável para o estabelecimento e desenvolvimento das primeiras fases. As informações apontam para um cenário semelhante para as lavouras, com alguns estados enfrentando desafios específicos, mas no geral as condições são consideradas satisfatórias.
O que é historicamente esperado para o mês de maio?
Com a chegada de maio, espera-se que as temperaturas apresentem maiores contrastes ao longo do dia. Enquanto o nascer do sol é ameno, a tarde pode ficar bastante quente, principalmente em áreas do Brasil central. Essa variação de temperatura também está relacionada com as chuvas que ocorrem nessa época do ano.
Em regiões como Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia e Piauí, é o fim do período chuvoso, com setores que recebem menos de 25 mm de chuva no mês, segundo a média histórica. Em outras áreas, como Sul, Leste do Nordeste e Serra do Norte, são esperadas chuvas entre 150 e 300 mm, em média.
Quais são as principais operações no campo no mês de maio?
O mês de maio é marcado por intensas atividades no campo, com destaque para o plantio de trigo e cevada, além da colheita de importantes culturas como soja, milho, sorgo e arroz. No entanto, o clima é um fator determinante para o sucesso das operações. As chuvas, por exemplo, podem impactar diretamente nas condições de plantio de trigo e cevada, que se concentram nas regiões produtoras do centro-sul do Brasil, com destaque para o norte de Goiás no caso do trigo, e no Paraná e Rio Grande do Sul, no o caso da cevada. Além disso, outras culturas como girassol, algodão e milho safrinha também demandam a atenção dos produtores rurais neste período do ano.
O que as projeções indicam?
As projeções meteorológicas para os próximos dias indicam que o Brasil enfrentará temperaturas acima da média em grande parte do território nacional. Atenção especial deve ser dada à região central do país, que abrange os estados de GO, MT, SP, TO, BA e MG, onde os termômetros podem registrar até 4°C acima da média.
Nessa região, a falta de chuva em maio pode resultar em perda acentuada de umidade do solo, o que pode impactar negativamente no estabelecimento do trigo em GO e reduzir a produtividade do milho e do algodão. Embora a perda de umidade também deva ser observada em outras regiões do país, a severidade será menor do que na região central.
As projeções meteorológicas indicam que, em geral, as chuvas no Brasil estarão dentro da média na maioria dos setores produtivos. No entanto, atenção especial deve ser dada ao noroeste do Paraná e Mato Grosso do Sul, onde os volumes podem ficar um pouco abaixo do esperado para o mês. A combinação de média pluviométrica e altas temperaturas na região central do país é preocupante, pois este é um período mais seco.
Na região norte, destaca-se o estado de Rondônia, onde se espera um volume de chuvas acima da média e temperaturas acima da média, o que pode favorecer o surgimento de doenças fúngicas no café. Na zona norte, do Amapá ao Rio Grande do Norte, a tendência é de redução das chuvas, o que pode ser um sinal dos primeiros efeitos do El Niño e da diminuição da atividade na Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
O QUE OS AGRICULTORES BRASILEIROS DEVEM ESPERAR PARA ESTE MÊS?
Os agricultores brasileiros devem ficar atentos às lavouras do campo, principalmente milho e algodão, que podem enfrentar limitações em seu potencial produtivo devido ao forte calor e pouca chuva. Além disso, é importante acompanhar de perto o estabelecimento do trigo e da cevada, mesmo que as projeções de chuvas sejam medianas e haja boa oferta de umidade no solo nesta semana.
Também é necessário um monitoramento mais cuidadoso do café em Rondônia, devido às previsões de chuvas acima da média e altas temperaturas, que podem favorecer o surgimento de doenças fúngicas. Em suma, os agricultores brasileiros devem estar preparados para enfrentar as condições climáticas adversas e acompanhar de perto suas safras neste mês.
Boletim elaborado pela equipe Agrotempo*
