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O papel transformador do crédito de carbono e da ILPF sobre as mudanças climáticas • Portal DBO

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A pecuária brasileira tem papel de destaque na economia do país e contribui significativamente para a geração de riquezas e empregos, além de ter como atividade principal o fornecimento de proteína animal de alta qualidade. No entanto, o sector enfrenta desafios importantes relacionados com a sustentabilidade e a preservação do ambiente, especialmente quando se trata de alterações climáticas.

Nesse sentido, a discussão sobre a relação entre a pecuária e o clima deve ser levantada pelos diversos atores da sociedade, a fim de identificar medidas que contribuam para a preservação dos recursos naturais do nosso planeta, ao mesmo tempo que são adotadas soluções com foco sobre o bem-estar animal. Entre as ações dessa agenda – e muitas delas já são vistas nas fazendas brasileiras –, destaco a adoção de créditos de carbono e o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), temas que terão foco especial nesta conversa, já que tornam a atividade mais ecologicamente correta e economicamente viável.

O desafio das alterações climáticas

As mudanças climáticas representam uma realidade a ser enfrentada em todo o mundo e têm causado impactos na natureza e, consequentemente, em diversos setores econômicos, inclusive na pecuária. No Brasil e no mundo, a atividade tem enfrentado uma pressão crescente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), considerados um dos motores do aquecimento global.

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No caso do Brasil, que possui o maior rebanho comercial do planeta, cujos animais são criados majoritariamente em sistemas de pastagem, a pressão é ainda maior, com os olhos das autoridades ambientais voltados para o nosso segmento, apesar dos grandes avanços do agronegócio brasileiro em termos ambientais.

Isso acontece em decorrência das emissões, principalmente de metano (CH4), produzido pelo processo digestivo do gado – conhecido como fermentação entérica –, e de óxido nitroso (N2O), associado à adubação de pastagens e, nesse sentido, o setor deve atentar para movimento em torno deste tema para buscar soluções que sejam eficientes em todos os aspectos, inclusive nos pontos relacionados aos índices de produtividade.

Crédito de carbono como incentivo à sustentabilidade e o papel da ILPF

O crédito de carbono surge como uma ferramenta promissora para incentivar a redução das emissões de GEE. Este mecanismo permite que os produtores que adotam práticas sustentáveis, como a gestão adequada do rebanho ou a implementação de ILPF, sejam recompensados ​​financeiramente pelas suas ações na redução da sua pegada de carbono.

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O Brasil, com sua vasta extensão territorial e grande rebanho bovino, tem potencial significativo para gerar créditos de carbono certificados, que podem ser comercializados nos mercados nacionais e internacionais. Certamente, a pressão pela neutralidade das emissões e conversões aumentará por parte dos consumidores e, consequentemente, será cada vez mais exigida pelos órgãos reguladores.

O sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta é uma prática agrícola que, ao combinar atividades agrícolas, pecuárias e florestais em uma mesma área, gera benefícios tanto para o meio ambiente quanto para os produtores, tornando a pecuária mais resiliente aos impactos das mudanças climáticas. Isso acontece porque a presença de florestas e árvores nas pastagens reduz as emissões de carbono e, ao mesmo tempo, ajuda a sequestrar esse elemento químico da atmosfera, compensando parte das emissões geradas pela pecuária e nutrindo o solo.

A ILPF melhora a fertilidade do solo, aumentando a produtividade das pastagens e reduzindo a necessidade de abertura de novas áreas para cultivo de forragem e grãos. Em linha com isso, as árvores proporcionam sombra e conforto térmico aos animais, reduzindo o estresse térmico e melhorando a produtividade do rebanho. É um sistema de economia circular que gera ganhos para todas as culturas, incluindo no futuro a mais jovem cultura de créditos de carbono que traz benefícios não só para o bolso de quem pratica a sustentabilidade, mas também para o planeta.

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O desafio da implementação e dos incentivos

Apesar das vantagens inegáveis ​​dos créditos de carbono e da ILPF, a implementação em larga escala dessas duas estratégias na pecuária brasileira ainda enfrenta desafios. Questões relacionadas com o acesso ao crédito, a falta de informação técnica e a necessidade de formação de produtores e de sistemas de verificação científica são algumas das barreiras a ultrapassar. Além disso, políticas públicas eficazes e incentivos governamentais são essenciais para incentivar a adoção destas práticas sustentáveis.

A relação entre a pecuária brasileira e o clima é uma questão central na busca pelo desenvolvimento sustentável do país. Por meio do crédito de carbono e da ILPF é possível enfrentar esse desafio de forma inovadora e eficiente. A promoção de práticas sustentáveis ​​na pecuária contribuirá para a redução das emissões de GEE, mitigando os impactos das alterações climáticas e garantindo a preservação do ambiente. E a economia circular garantirá produtividade e sustentabilidade para as gerações futuras. Cabe aos governos, aos produtores e à sociedade como um todo trabalharem juntos para facilitar a transição para um modelo pecuário mais sustentável e responsável.

Jornal do campo
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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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