Qual é a realidade do terreno? Será necessário realizar terraplanagem ou descompactação do solo? O produtor também precisa pensar nisso antes de adquirir máquinas como pulverizadores, fertilizantes e colheitadeiras.

Um exemplo muito comum é a colhedora de café, pois a máquina sofre com terrenos irregulares. É preciso colocar os gastos “na ponta do lápis” para saber se vale a pena comprar a máquina ou se é melhor corrigir o terreno antes disso.

Para áreas entre 100 ha e 500 ha, recomendam-se máquinas com até 130 cv. Para áreas superiores a 500 ha, são utilizadas máquinas com potência superior a 130 cv.

Vale lembrar que quanto maiores ou mais recentes as máquinas, maior o nível de tecnologia embarcada no veículo. Sensores e computadores de bordo podem aumentar muito o preço das máquinas, além de não serem recomendados para quem não tem treinamento, conhecimento ou necessidade real de utilizá-los.

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Muito mais do que apenas o preço de compra, o produtor deve pensar no custo operacional de manutenção de uma máquina agrícola. Estudos do Núcleo de Inovação em Máquinas e Equipamentos Agrícolas (Nimeq) e do Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar (PPGSPAF) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) detalharam os principais gastos dos produtores.

O chamado custo operacional engloba a quantidade de combustível gasto e o valor da manutenção. Esses valores variam de acordo com a potência e se as máquinas possuem ou não assistência de tração dianteira (TDA).

Para os especialistas, para que uma máquina valha a pena em um contexto de agricultura familiar e dimensões reduzidas do terreno, ela precisa consumir até 4 litros de combustível por hectare e que o valor de manutenção, sem incluir o preço dos pneus, seja inferior a R$ 0,60 por ha.

Outros fatores citados por especialistas e usuários como importantes na escolha do maquinário são:

• reserva de torque — recomenda-se pelo menos 40%, isso garante que o trator supere os esforços adicionais quando ocorrer redução de torque;
• capacidade do tanque — suficiente para uma autonomia de dez horas de trabalho;
• acionamento independente da tomada de força (TPD), que transmite a potência do motor para máquinas agrícolas acopladas a tratores;
• ergonomia e itens de segurança.

Novas máquinas agrícolas podem estar fora do alcance financeiro de muitos produtores rurais, então a maioria compra máquinas usadas de vizinhos ou conhecidos.

Nesses casos, é importante conhecer a origem da máquina e o histórico de manutenção, priorizando os veículos que passaram por manutenção em concessionárias ou locais especializados e confiáveis.

Pesquise o mercado e converse com outros produtores que possam atestar a qualidade da marca da máquina a ser adquirida. Além disso, fique atento a ruídos estranhos, cheiros de fumaça, vibrações e batidas anormais, bem como peças rachadas ou danificadas.

Se possível, opte por máquinas novas com garantia e especificações adequadas às necessidades específicas. Quando bem escolhida, uma máquina agrícola pode ser o diferencial para aumentar a rentabilidade da produção!