A economia verde é a solução para um mundo mais sustentável e próspero. Segundo o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, o Brasil elaborará com urgência uma política moderna de desenvolvimento industrial alinhada à economia verde. Por isso é importante que você conheça os principais desafios e oportunidades que teremos com a implantação desse novo modelo de negócio no país.
Segundo as Nações Unidas, uma economia verde é aquela capaz de “melhorar o bem-estar social e a equidade, ao mesmo tempo em que reduz significativamente os riscos ambientais e a escassez ecológica“. É basicamente de baixo carbono, eficiente em termos de recursos e socialmente inclusivo. No entanto, para que a transição para modelos mais sustentáveis de desenvolvimento e apropriação dos recursos naturais seja bem-sucedida, é necessário entendê-los completamente e aplicá-los para responder a perguntas como:
Por que tem sido tão desafiador mudar para uma era de energia renovável após a era do petróleo? Por que os enormes ganhos em eficiência e produtividade desde a Revolução Industrial não resultaram na diminuição dos impactos ambientais globais? É possível equilibrar o crescimento econômico com as demandas ambientais atuais?
Neste artigo vamos abordar alguns dos pontos mais importantes para essa transição sustentável. Seguir!
O que é a economia verde?
Vamos começar com o básico, seu significado, primeiro temos que saber que a chamada economia verde se refere a um modelo de desenvolvimento econômico que visa promover a proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais, ao mesmo tempo em que gera empregos e crescimento econômico. Isso é feito por meio da implementação de práticas e tecnologias mais sustentáveis, como o uso de energia renovávelreduzindo o consumo de recursos naturais, promovendo a conservação da biodiversidade e reduzindo as emissões de gases de efeito estufa.
O conceito de economia verde foi desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em 2008.
Por que a economia verde é importante?
Segundo especialistas, a economia verde é muito importante para superar os desafios ambientais que enfrentamos hoje, como o aquecimento global e a perda da biodiversidade. Também auxilia na criação de um sistema mais justo e equilibrado, garantindo que as gerações futuras tenham acesso aos mesmos recursos naturais que temos hoje.
Além disso, como o próprio termo sugere, a economia verde pode ser uma fonte de crescimento econômico de longo prazo. Ao investir em práticas e tecnologias mais sustentáveis, empresas e governos podem se tornar mais eficientes e reduzir custos operacionais.
De acordo com o Relatório de Economia Verde do PNUMA de 2011, uma economia verde precisa ser não apenas eficiente, mas também justa. Isso implica considerar as dimensões global e nacional da equidade, especialmente para garantir uma transição justa para uma economia de baixo carbono, eficiente em termos de recursos e socialmente inclusiva.
Rótulos ecológicos ou “tags verdes” são usados para certificar que as empresas estão atendendo aos padrões de sustentabilidade e respeitando o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Muitas indústrias estão começando a adotar esses padrões de certificação para promover suas práticas ecológicas em uma economia globalizada.
Esses padrões, também conhecidos como padrões de sustentabilidade, garantem que os produtos adquiridos não prejudiquem o meio ambiente ou as pessoas que os fabricam. Eles são mais comuns em setores como silvicultura, agricultura, mineração e pesca e se concentram em fatores ambientais, como proteção de fontes de água e biodiversidade e redução de emissões de gases de efeito estufa, além de promover os direitos humanos. dos trabalhadores.
Como podemos promover a economia verde?
Existem diversas formas de promover a economia verde, dentre elas destacamos:
- Utilização de fontes de energia renováveis: A transição para fontes de energia renováveis, como solar, eólica e hidrelétrica, é uma das formas mais eficazes de promover a economia verde. Além de serem mais limpas e renováveis, as fontes de energia renováveis também podem ser mais econômicas a longo prazo.
- Promover a conservação da biodiversidade: A conservação da biodiversidade é crucial para o equilíbrio dos ecossistemas e para a proteção de espécies ameaçadas. Podemos promover a conservação da biodiversidade por meio de medidas como proteção de áreas naturais, restauração de ecossistemas e promoção de práticas agrícolas e florestais sustentáveis.
- Redução do consumo de recursos naturais: O consumo excessivo de recursos naturais, como água, minerais e combustíveis fósseis, é prejudicial tanto para o meio ambiente quanto para a economia. Podemos promover a economia verde reduzindo o consumo excessivo desses recursos por meio de medidas como reciclagem, reaproveitamento e substituição de recursos naturais por alternativas mais sustentáveis.
- Investir em tecnologias de ponta: A inovação e o investimento em tecnologias sustentáveis são fundamentais para promover a economia verde. Isso pode incluir investimentos em energia renovável, tecnologias de armazenamento de energia, eficiência energética e outras tecnologias que promovam práticas mais sustentáveis.
Desafios de implantação
Como sabemos, nem tudo são flores. Um dos principais desafios é o alto custo inicial de implantação desse tipo de projeto. Muitas vezes, empresas e governos precisam investir em tecnologias de ponta ou fazer mudanças significativas em suas operações para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e promover a economia verde. Isso pode ser um obstáculo para alguns pretendentes, especialmente aqueles com orçamentos limitados.
Outro desafio é o tempo necessário para implementar esses projetos e começar a gerar créditos de carbono. Muitas vezes, leva vários anos para que os projetos de economia verde comecem a gerar créditos de carbono, o que pode ser desanimador para algumas empresas.
Em resumo, podemos citar 5 principais desafios para a implementação da economia verde:
- Custo: A implementação de práticas e tecnologias mais sustentáveis às vezes pode ter um custo inicial mais alto, o que pode ser um desafio para empresas e governos que enfrentam pressão para manter os custos baixos e maximizar os lucros.
- Falta de consciência: Muitas pessoas ainda não entendem a importância da economia verde e porque é necessário mudar para práticas mais sustentáveis. Isso pode dificultar a implementação de políticas e iniciativas mais sustentáveis.
- Falta de infraestrutura: Em alguns lugares, a falta de infraestrutura adequada, como redes de energia renovável ou sistemas de tratamento de resíduos, pode ser um obstáculo para a implementação de práticas verdes.
- Barreiras regulatórias: Às vezes, as leis e regulamentações existentes podem ser um obstáculo à implementação dessas práticas mais sustentáveis. Atividades e sistemas já estabelecidos por Lei são pontos que precisam de estudos detalhados e conscientização para que possam fazer a transição sustentável.
- Falta de investimento: A falta de investimento em tecnologias e iniciativas sustentáveis pode ser um obstáculo para a implementação da economia verde. Isso pode ser especialmente um problema em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, onde investir em infraestrutura verde pode ser visto como um risco maior.
Oportunidades com o crédito de carbono
Embora não seja tão simples, implementar projetos de economia verde também apresenta muitas oportunidades. Uma dessas oportunidades é o potencial de geração de receita adicional por meio da venda de créditos de carbono. Ao reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e gerar créditos de carbono, empresas e governos podem vender esses créditos para outros que precisam cumprir suas metas de redução de emissões.
Outra oportunidade é a possibilidade de se tornar mais competitiva no mercado, tornando-se uma empresa mais sustentável. Muitos consumidores e investidores, sobretudo internacionais, estão cada vez mais preocupados com o impacto ambiental das empresas e procuram empresas mais sustentáveis. Isso pode ser uma grande vantagem competitiva para atrair mais negócios e abrir novos mercados inexplorados.
Além disso, projetos de economia verde podem ter um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade, ajudando a mitigar as mudanças climáticas e promovendo um mundo mais sustentável.
Então, de forma resumida, podemos listar 5 oportunidades interessantes para um sistema mais sustentável:
- Geração de empregos: A implementação de práticas e tecnologias mais sustentáveis pode gerar novos empregos em setores como energia renovável, eficiência energética e reciclagem.
- Economia de custos a longo prazo: Embora possam ter um custo inicial mais alto, as práticas ecológicas podem resultar em economia de custos a longo prazo, como redução do consumo de energia e recursos naturais.
- Promoção da inovação: A implementação de práticas verdes pode incentivar a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias e práticas mais sustentáveis.
- Atração de investimentos: A implementação de práticas verdes pode atrair investimentos de empresas e investidores que buscam investir em setores mais sustentáveis.
- Melhoria da imagem corporativa/institucional: A implementação de práticas verdes pode melhorar a imagem da empresa junto aos consumidores e à sociedade em geral, o que pode aumentar a confiança e a fidelidade dos clientes. Além de sinalizar ao mercado que a empresa está pronta para o conceito de um futuro mais sustentável.
Em resumo, podemos concluir dizendo que a economia verde é um modelo de desenvolvimento econômico que visa promover a proteção do meio ambiente e a conservação dos recursos naturais, ao mesmo tempo em que gera empregos e crescimento econômico.
Existem várias formas de promover a economia verde, como o uso de fontes renováveis de energia, a promoção da conservação da biodiversidade, a redução do consumo de recursos naturais, a implementação de políticas de proteção ao meio ambiente e o investimento em tecnologias de ponta. Investir em práticas e tecnologias mais sustentáveis é crucial para enfrentar os desafios ambientais que enfrentamos hoje e garantir um mundo mais justo e sustentável para as gerações futuras.
Por Vicente Delgado – AGRONEWS®