Sumário
1. Desânimo do produtor brasileiro para o cultivo do milho
1.1 Redução de projeção de plantio do milho verão e do milho safrinha
1.2 Vendas de sementes e insumos para a segunda safra estão ruins
2. Queda dos preços do milho
2.1 Produtores desanimados devido à queda dos preços
2.2 Ritmo lento de negócios de insumos para a safrinha
3. Atraso na compra de sementes para a safrinha
3.1 Relação de troca de milho safrinha x sementes em alta
3.2 Compras de insumos atrasadas devido à alta relação de troca
4. Possibilidade de reverter o quadro
4.1 Melhora de preços de alguns insumos
4.2 Perspectivas de negociação e melhora do mercado
Introdução
Queda nos preços do milho seguraram as compras, mas cenário pode mudar daqui para frente.
Queda nos preços do milho seguraram as compras, mas cenário pode mudar daqui para frente
Em 2023, o Brasil plantou 17,179 milhões de hectares com milho na segunda safra, o que resultou em uma produção de 102,179 milhões de toneladas, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Já para 2024, a mesma Conab estima um plantio de 16,403 milhões de hectares e uma produção de 91,271 milhões de toneladas, reduções de 4,5% e de 10,72% respectivamente.
Este cenário reflete um desânimo do produtor brasileiro para o cultivo do milho neste próximo ciclo, com explica o Consultor de Agronegócio da Terra Agronegócios, Ênio Fernandes.
“A Conab mostra redução de projeção de plantio do milho verão e do milho safrinha. O produtor está muito desanimado, as vendas de sementes de milho safrinha estão muito ruins no Brasil e a venda de nitrogenados para essa segunda safra estão muito ruins”, diz Fernandes.
Na visão do Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, este movimento se explica pela queda dos preços do milho de um ano para o outro, o que tirou os produtores do mercado comprador neste momento.
“Realmente o produtor está mais lento esse ano porque o mercado de milho veio mais fraco. O produtor vinha vendendo milho de R$ 70,00 à mais de R$ 100,00 a saca nos anos anteriores e agora o mercado varia de R$ 30,00 a R$ 50,00 e com isso o ritmo de negócios dos insumos, principalmente fertilizantes e ureia para a safrinha estão lentos”, aponta Brandalizze.
Um levantamento da consultoria Agrinvest, revela atraso de 42 pontos percentuais na compra de sementes para a segunda safra de 2024 na comparação com a média dos últimos 3 anos. Até o começo do mês de outubro, os produtores brasileiros haviam comprado apenas 34% das sementes necessárias para o plantio da safrinha, quando o normal já seriam 76%.
“As compras estão bem atrasadas devido à alta relação de troca, o que diminuiu muito o poder de compra dos produtores. Além disso, muitos estão focados no plantio da soja e preocupados com o clima adverso, o que deixam os negócios de insumos da safrinha 2024 bem parados”, relata Marcos Araújo, Analista da Agrinvest.
O mesmo levantamento da consultoria, ainda demonstra que a relação de troca do milho safrinha x sementes nuca este tão alta com média de 2024 apontando para 20 sc/ha na região médio norte do Mato Grosso. Em 2023 esta relação foi de 12,4 sc/ha, em 2022 foi de 9,4 sc/ha e em 2021 foi de 7,7 sc/ha.
Apesar deste cenário de lentidão, Brandalizze acredita que ainda há tempo para reverter o quadro, principalmente diante da melhora de preços de alguns insumos, por exemplo da ureia.
“A princípio, não acredito que o produtor vai diminuir muito a tecnologia. Alguma coisa ele vai tentar encurtar de investimentos e gastos, mas ele não tem muita opção para trocar de safrinha. Eu acho que, mais cedo ou mais tarde, ele vai começar a negociar. A ureia girou bem nos últimos dois ou três meses. Chegou a rodar em mais de R$ 300,00 a saca no ano passado e agora gira em R$ 100,00 ou R$ 110,00 com o mercado já fluindo em uma condição melhor para o produtor. Ainda tem semente de milho para girar daqui pra frente, mas ele vai esperar o mercado começar a se definir e o mercado de 2024 para o milho já é um pouco melhor par aos futuros. Então aos poucos ele vai voltando, mas esse é um dos anos mais lentos que a gente tem visto”, afirma.
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Queda nos preços do milho seguraram as compras, mas cenário pode mudar daqui para frente
Redução no plantio e produção de milho para 2024
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), o Brasil plantou 17,179 milhões de hectares com milho na segunda safra em 2023, resultando em uma produção de 102,179 milhões de toneladas. No entanto, para 2024, a Conab estima uma redução de 4,5% no plantio, com 16,403 milhões de hectares, e uma diminuição de 10,72% na produção, com 91,271 milhões de toneladas.
Desânimo entre os produtores
O Consultor de Agronegócio da Terra Agronegócios, Ênio Fernandes, explica que esse cenário reflete um desânimo do produtor brasileiro para o cultivo do milho neste próximo ciclo. Segundo ele, a projeção de plantio para o milho verão e safrinha está em queda, e as vendas de sementes e insumos para essas safras estão muito ruins.
Queda nos preços como motivo para redução nas compras
O Analista de Mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, aponta que os produtores estão mais lentos este ano devido à queda nos preços do milho. Nos anos anteriores, o mercado chegou a valores entre R$ 70,00 e mais de R$ 100,00 a saca, enquanto agora varia de R$ 30,00 a R$ 50,00. Essa queda nos preços tirou os produtores do mercado comprador, impactando também as negociações de insumos, como fertilizantes e ureia.
Atraso na compra de sementes para a safrinha de 2024
Um levantamento da consultoria Agrinvest revela um atraso de 42 pontos percentuais na compra de sementes para a segunda safra de 2024 em comparação com a média dos últimos 3 anos. Até o início de outubro, os produtores brasileiros haviam comprado apenas 34% das sementes necessárias para o plantio da safrinha, enquanto o normal seria 76%.
Relação de troca elevada
O levantamento da Agrinvest também mostra que a relação de troca do milho safrinha por sementes está alta, com uma média de 20 sacas por hectare na região médio norte do Mato Grosso em 2024. Em comparação, essa relação foi de 12,4 sacas por hectare em 2023, 9,4 sacas por hectare em 2022 e 7,7 sacas por hectare em 2021.
Possibilidade de reversão do quadro
Apesar do cenário de lentidão nas compras e desânimo entre os produtores, Brandalizze acredita que ainda há tempo para reverter o quadro. Ele aponta a melhora de preços de alguns insumos, como a ureia, como um fator positivo. Segundo ele, mais cedo ou mais tarde, os produtores devem começar a negociar, especialmente com a expectativa de um mercado melhor para o milho em 2024. No entanto, esse é um dos anos mais lentos do setor observados até agora.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Conclusão
De acordo com os dados da Conab, o cenário para o plantio de milho na segunda safra de 2024 no Brasil é de redução tanto no plantio quanto na produção. Isso reflete o desânimo dos produtores brasileiros, que estão desestimulados devido à queda nos preços do milho. Esta queda de preços afetou o mercado comprador e resultou em atrasos nas compras de sementes e insumos para a safra. No entanto, ainda há esperança de reverter esse quadro, especialmente com a melhora de preços de alguns insumos, como a ureia.
Perguntas e respostas
1. Qual foi a redução estimada no plantio de milho na segunda safra de 2024?
R: A redução estimada no plantio de milho na segunda safra de 2024 é de 4,5%.
2. Por que os produtores brasileiros estão desanimados para o cultivo do milho neste próximo ciclo?
R: Os produtores brasileiros estão desanimados devido à queda dos preços do milho, o que tirou os produtores do mercado comprador.
3. Por que as compras de sementes para a segunda safra de 2024 estão atrasadas?
R: As compras de sementes estão atrasadas devido à alta relação de troca e ao foco dos produtores no plantio da soja e preocupações com o clima adverso.
4. Qual é a relação de troca do milho safrinha x sementes na região médio norte do Mato Grosso em 2024?
R: A relação de troca do milho safrinha x sementes na região médio norte do Mato Grosso em 2024 é de 20 sc/ha.
5. Ainda há tempo para reverter o quadro atual? Quais fatores podem influenciar essa reversão?
R: Sim, ainda há tempo para reverter o quadro atual. A melhora de preços de alguns insumos, como a ureia, pode influenciar essa reversão.
