A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), em Sessão Solene, prestou uma significativa homenagem à Embrapa em comemoração aos seus 50 anos. A cerimônia foi proposta pelo deputado estadual Itamar Borges (MDB) realizada ontem, 19 de junho, na sede da entidade, em São Paulo (SP).
A presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá participou da cerimônia, ao lado de outras personalidades do setor agrícola e político do país, como o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), a superintendente de Agricultura e Pecuária do MAPA em São Paulo, Andrea Moura , o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT – SP), o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, entre outros.
A lista de participantes incluiu ainda gestores e funcionários das cinco unidades paulistas – Embrapa Territorial e Embrapa Agricultura Digital (Campinas), Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna) e Embrapa Instrumentação e Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos), além como representantes de organizações e empresas parceiras.
O deputado Arnaldo Jardim, vice-presidente da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), elogiou o papel da Embrapa no aumento da produtividade do agronegócio brasileiro nas últimas cinco décadas, elevando o país a uma potência exportadora de alimentos, fibras e energia. “Neste evento, comemoramos tudo o que a Embrapa significou para impulsionar os diversos setores da agricultura; desde o plantio e colheita, que são fundamentais, mas também toda a cadeia de insumos, e tudo que vem também no beneficiamento”disse o parlamentar.
O deputado Itamar Borges afirmou que, ao lado de outros institutos de pesquisa agropecuária e universidades, a Embrapa tem feito a diferença. “Costumo dizer que a agricultura é tão importante quanto é, chegou ao seu patamar atual e chegou onde está hoje graças à ciência, à pesquisa e à inovação. E, nesse contexto, a Embrapa tem contribuído de forma muito decisiva”ele disse.
Se a ciência foi importante na tropicalização das lavouras de grãos, na criação de cultivares e na implantação de sistemas integrados, ela também será fundamental para refutar algumas afirmações de que a agricultura brasileira não é sustentável. A afirmação é da superintendente do Mapa em São Paulo, Andrea Moura. “A ciência nos trouxe até aqui. Evoluímos muito e fizemos muito pelo agro. Mas ainda temos muitos desafios pela frente. Com base na ciência, vamos desmistificar e provar o contrário. A sustentabilidade e o potencial do nosso agro são reais”ele disse.
A presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá, destacou o papel fundamental do estado de São Paulo na história da empresa ao longo de cinco décadas. Segundo ela, a visão pioneira dos dirigentes da década de 1980, em uma era pré-internet, levou à criação de cinco centros de pesquisa no estado.
Esses centros reuniram equipes multidisciplinares de cientistas, incluindo físicos, químicos, geólogos, engenheiros e biólogos, além de profissionais do setor agrícola. Eram profissionais que poucas pessoas associavam ao universo rural naquela época.
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Sílvia enfatizou que essa abordagem inovadora lançou as bases para o Brasil enfrentar os desafios e as oportunidades da agricultura moderna.
Ela citou o desenvolvimento de soluções importantes, como o Zoneamento Agrícola de Riscos Climáticos (Zarc), que gerou uma economia de mais de R$ 8 bilhões para a produção agrícola brasileira, evitando perdas nas safras.
Outras tecnologias desenvolvidas são a Fossa Séptica, que oferece saneamento e segurança ambiental para as famílias rurais, e o Auras, um bioproduto inovador que aumenta a resistência das lavouras à seca.
Além disso, as Unidades Estaduais também vêm trabalhando em metodologias e estudos sobre mudanças climáticas, tecnologia blockchain para rastreabilidade da produção e sistemas de monitoramento por satélite e Integração Florestal Lavoura-Pecuária (ILPF).
Sílvia também enfatizou a importância da colaboração para o sucesso das pesquisas da Empresa ao longo desses 50 anos. “Nada seria alcançado sem networking, parcerias público-privadas ou apoio parlamentar histórico”.
Ela concluiu reafirmando o compromisso da Embrapa em gerar dados que demonstrem a sustentabilidade da agricultura brasileira e sua responsabilidade no combate às desigualdades e à fome.
Segurança alimentar – Desde a sua fundação em 1973, a Embrapa tem sido a força motriz por trás do avanço da sustentabilidade na agricultura brasileira, fornecendo soluções inovadoras de pesquisa e estabelecendo o país como um player líder na área de tecnologias agrícolas tropicais.
Graças à adoção efetiva dessas soluções, a produtividade agrícola aumentou significativamente, resultando em uma ampla oferta de alimentos.
Segundo o Dieese, em São Paulo – estado com maior disponibilidade de dados – a oferta de alimentos superou a demanda entre 1974 e dezembro de 2021, causando uma queda de cerca de 50% no valor da cesta básica.
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Essa queda permitiu que as famílias ampliassem suas compras, diversificando os produtos adquiridos e aumentando os gastos com serviços.
Roberto Rodrigues destacou o papel vital da Embrapa na questão da segurança alimentar mundial, um dos pilares fundamentais para a paz. “A Embrapa é e será a ponte para nos tornarmos campeões da paz mundial. Afinal, onde há fome, a paz não pode prosperar.”ele enfatizou.
