O agronegócio paulista registrou sucessivos superávits mensais neste ano e o resultado final do semestre apontou superávit de US$ 10,04 bilhões, com crescimento de 6,4% em relação ao mesmo período de 2022. É o que aponta a pesquisa. pelos pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, Carlos Nabil Ghobril, José Alberto Angelo e Marli Dias Mascarenhas Oliveira
Na análise setorial do agronegócio paulista, o resultado do primeiro semestre de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior, aponta crescimento das exportações de 6,1%, chegando a US$ 12,63 bilhões, e das importações, 5,3%. , totalizando US＄ 2,59 bilhões. Os principais países compradores dos produtos paulistas foram: China com 26% do total, com destaque para soja e carnes; União Européia (sucos, açúcar e álcool e café) e Estados Unidos (sucos e carnes).
A participação das exportações do agronegócio paulista no total do Estado foi de 38,1%, enquanto a das importações setoriais foi de 7,2%. Os demais setores da economia (excluindo o agro) somaram US$ 20,55 bilhões, e as importações, US$ 33,44 bilhões. Em relação ao agro brasileiro, o comércio exterior paulista em 2023 representou 15,3%, alta de 0,3 pp em relação ao mesmo período de 2022. As importações, por outro lado, aumentaram (0,8 pp), de 30,3% para 31,1%.
O Estado se destacou nos grupos de produtos, cuja participação em valores supera 50% do total nacional: sucos (85,1%), alimentos diversos (73,6%), outros produtos de origem vegetal (65,2%), complexo sucroalcooleiro (61,8%) e plantas vivas e produtos de flores (58,7%).
No primeiro semestre de 2023, as exportações totais do Estado de São Paulo somaram US$ 33,18 bilhões (20% do total nacional) e as importações, US$ 36,03 bilhões (29,9% do total nacional). Em relação ao mesmo período de 2022, houve aumento nas exportações de 1,9% e queda nas importações de 5%.
A participação de São Paulo no total da balança comercial brasileira (todos os setores da economia) apresentou ganhos nas exportações de 0,2 ponto percentual nas importações e de 0,7 ponto percentual nas importações nos primeiros seis meses de 2023, apontando para valores de 20,0% nas exportações e 29,9 % de representação para importações.
Exportações
Os cinco principais grupos das exportações do agronegócio paulista nos primeiros seis meses de 2023 responderam por 79% das vendas externas do setor paulista: complexo sucroalcooleiro com US$ 3,67 bilhões, dos quais o açúcar representou 86,9%; complexo soja (US$ 2,51 bilhões, com a soja tendo 85,7% de participação); setor de carnes (US$ 1,51 bilhão, no qual a carne bovina representou 80,6%), produtos florestais (US$ 1,31 bilhão, com participação de 50,2% em celulose e 41,6% em papel) e no grupo de sucos (US$ 964,37 milhões, dos quais 97,2 % era suco de laranja).
Em relação aos valores exportados, 2023 registrou grandes variações, em relação a 2022, nos principais grupos de produtos paulistas, como o aumento para o complexo sucroalcooleiro (+22,6%), sucos (+18,3%) e grupos florestais (+2,4%) e queda nos grupos de carnes (-19%), café (-11,5%) e complexo soja (-0,9%). Essas variações nas receitas do comércio exterior decorrem da composição das flutuações tanto dos preços quanto dos volumes exportados.
Produtos
açúcar e álcool – Teve a maior participação (29,1%) nas exportações paulistas, com crescimento de 22,6% em valores e 4,3% em volumes exportados, devido ao comportamento semelhante das vendas externas de açúcar (25,3% em valores e 3 8% em volume) A comercialização desse grupo é bem diversificada em termos de participação dos países, e os resultados apontam que os principais compradores são: Nigéria (8,6%), Marrocos (7,0%), Bangladesh (6,7%) . Argélia (6,4%), Arábia Saudita (6,3%) e União Europeia (6,1%), Índia (6,0%) e Coreia do Sul (5,3%). Os demais países (47,6%).
Complexo de Soja –Também registrou desempenho positivo com alta nas remessas (8,9%) e leve queda nos valores (-0,9%). A soja em grão, principal produto do grupo, apresentou variação negativa em valores (-3,7%), mas com aumento de volumes (5,9%), quando comparado ao mesmo período de 2022. China (67,6%) é o principal destino em termos de participação no valor, seguido pela Tailândia (6,4%), Irã (5,4%), Indonésia (3,5%), Argentina (3,4%) e Índia (3,0%). Os demais importadores somam 10,7%.
Carne – Neste primeiro semestre de 2023, face ao mesmo período de 2022, este grupo apresentou uma perda de valores (-19,0%) e um pequeno aumento de volume (0,5%). A carne bovina, principal produto com 80,6% de participação no grupo, registrou quedas de 24,7% no valor e de 6,5% no volume exportado. Carne de frango, segundo produto com 18,4% de participação no grupo, o desempenho foi de expansão em valores (23,1%) e em volumes (17,3%). A carne suína teve resultado positivo em valores (52,1%) e na quantidade embarcada (4,3%). Os principais destinos em participação são China (51,3%), Estados Unidos (12,5%), União Européia (6,9%), Hong Kong (3,4%) e Arábia Saudita (2,9%), enquanto os demais países compradores somam 23% de participação.
Destinos
Quanto aos destinos das exportações do agronegócio paulista no primeiro semestre de 2023, o principal país foi a China (US$ 3,29 bilhões, participação de 26% e variação negativa de 13,1% em relação ao valor do mesmo período de 2022). Os principais produtos foram o complexo soja (51,6%), carnes (23,6%) e silvicultura (12,9%).
Em segundo lugar ficou a União Europeia (US$ 1,59 bilhão, participação de 12,6% em 2023 e crescimento de 1,4% em relação ao ano passado). Entre os principais produtos da pauta de importações europeias compradas por São Paulo, predominam os produtos do grupo de sucos (28,6%, basicamente suco de laranja), complexo sucroalcooleiro (14,1%), café (12,4%) e florestal (12 %).
Já os Estados Unidos compraram US$ 1,29 bilhão do agro paulista, com participação de 10,2% e variação positiva de 15,6%. Em relação aos produtos, os norte-americanos compraram principalmente sucos (27,2%), carnes (14,7%), açúcar e álcool (10,1%), silvicultura (10%), café (7%) e outros grupos (31,0%).
Em seguida, completando os 10 principais destinos em termos de participação, aparecem Índia e Argentina (2,7%, cada), Nigéria (2,6%), Arábia Saudita (2,5%), Argélia (2,3%), Coreia do Sul (2,2%) e Bangladesh (2,1%). Com exceção da Argentina, esses países tiveram alta concentração de suas importações no complexo sucroalcooleiro, com três países representando mais de 90%.
Importações
Os principais produtos da pauta de importações do agronegócio paulista no primeiro semestre de 2023 foram: salmão (US$ 195,73 milhões), seguido de papel (US$ 195,1 milhões) e trigo (US$ 182,81 milhões).
agro brasileiro
De acordo com a análise setorial realizada por pesquisadores do IEA, as exportações do agronegócio brasileiro no primeiro semestre de 2023 aumentaram (4,5%) em relação ao mesmo período de 2022, chegando a US$ 82,80 bilhões (50% do total nacional). As importações cresceram 2,5% no período, registrando US$ 8,33 bilhões (6,9% do total nacional). O superávit registrado foi de US$ 74,47 bilhões no período, 4,7% superior ao acumulado de janeiro a junho de 2022.
Os destinos das exportações do agronegócio brasileiro foram os mesmos das vendas do Estado de São Paulo para outros países. China em primeiro lugar com US＄30,69 bilhões, 37,1% de participação e variação positiva de 8,6% em relação ao mesmo período de 2022), União Europeia (EUA＄11,16 bilhões, 13,5% de participação em 2023 e queda de 12%) e os Estados Unidos com US$ 4,73 bilhões, participação de 5,7% e variação negativa de 8,5%.
agro importado brasileiro
Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio brasileiro de janeiro a junho de 2023 foram: trigo (US$ 709,36 milhões, representando 2,07 milhões de toneladas), papel (US$ 442,14 milhões), salmão (US$ 397,26 milhões), leite em pó (US ＄379,09 milhões) e malte (US＄368,63 milhões)
comércio exterior do país
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 45,06 bilhões no primeiro semestre de 2023, com exportações de US$ 165,68 bilhões e importações de US$ 120,62 bilhões. Esse resultado mostra um aumento de 31,5% no superávit obtido [JAA1] no mesmo período de 2022. Portanto, o comércio exterior brasileiro não foi deficitário apenas pelo desempenho do agronegócio, já que os demais setores da economia, com exportações de US$ 82,88 bilhões e importações de US$ 112,29 bilhões, produziram déficit de US＄29,41 bilhões no primeiro semestre de 2023.
