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A reforma tributária e seu impacto no agronegócio: desafios e oportunidades

    A reforma tributária e seu impacto no agronegócio desafios e oportunidades

    A discussão em torno reforma tributária tem sido intenso no Brasil, levantando questões sobre como as mudanças propostas afetarão diversos setores da economia. Um dos segmentos mais relevantes para o país, o agronegócio, também será impactado por essas transformações, o que gera expectativas e preocupações entre os agentes do setor.

    O agronegócio brasileiro tem sido um pilar fundamental da economia, responsável por impulsionar o crescimento e a geração de empregos. No entanto, o sistema tributário atual é complexo e possui elevada carga tributária, o que afeta a competitividade do setor. A reforma tributária, em tese, visa simplificar e tornar mais eficiente a estrutura tributária do país, o que poderia trazer benefícios ao agronegócio.

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    Uma das principais propostas em discussão é a unificação de tributos, com a criação de um Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS) que substituiria diversos tributos federais, estaduais e municipais. Essa mudança pode simplificar a tributação do agronegócio, desburocratizar e trazer maior segurança jurídica às empresas. Além disso, a unificação poderá reduzir a carga tributária total do setor, estimular investimentos e aumentar a competitividade no mercado internacional.

    No entanto, é importante que a reforma seja cuidadosamente pensada para levar em consideração as particularidades do agronegócio. O setor possui uma extensa e complexa cadeia produtiva, com diferentes elos, desde a produção agrícola até a agroindústria e exportação. Cada segmento tem suas características e desafios, e a tributação precisa ser adaptada a cada um deles.

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    Outro ponto a ser considerado é a necessidade de manutenção dos incentivos fiscais para o setor. Atualmente, o agronegócio conta com regimes tributários especiais que garantem benefícios para determinadas atividades, como a exportação de commodities agrícolas. Esses incentivos são fundamentais para a competitividade do agronegócio brasileiro no mercado internacional, e sua preservação é fundamental na reforma tributária.

    A reforma tributária não pode ignorar os pequenos agricultores

    Além disso, a discussão sobre a tributação do agronegócio não pode prescindir dos pequenos produtores rurais. Esses agricultores têm importante papel na produção de alimentos e no desenvolvimento regional, sendo fundamental que a reforma tributária ofereça mecanismos que facilitem suas atividades e garantam justiça fiscal para esse segmento.

    Outro desafio é a questão do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é estadual e tem impacto direto nas operações comerciais do agronegócio. A proposta de unificação em um IBS, sob jurisdição federal, pode trazer simplificação e padronização, reduzindo entraves burocráticos nas operações interestaduais. Porém, é preciso cuidado para que a reforma não gere desequilíbrios regionais, prejudicando regiões dependentes do agronegócio.

    Por fim, é importante destacar que a reforma tributária precisa ser realizada com amplo diálogo com os representantes do agronegócio. É preciso ouvir as demandas e necessidades do setor, bem como buscar soluções que considerem a realidade do campo e a diversidade das atividades agrícolas.

    Em síntese, a reforma tem potencial para trazer avanços significativos ao agronegócio brasileiro, simplificando a tributação, reduzindo a carga tributária e aumentando a competitividade do setor. No entanto, é fundamental que as mudanças sejam cuidadosamente planejadas e considerem as particularidades do agronegócio, garantindo a justiça fiscal, mantendo os incentivos e estimulando o desenvolvimento do setor.

    O diálogo e a participação dos representantes do agronegócio são fundamentais nesse processo, para que as reformas sejam realizadas de forma assertiva e benéfica para todos os envolvidos.

    Dr Caio Godoy (Dr. Da Roça), Advogado e Presidente da Comissão de Agronegócios e Assuntos Agrários da OAB Jaguariúna.
    e-mail: [email protected]

    Foto: banco de imagens/Freepik

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    **Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo**

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