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Sorgo como cultura estratégica é tema de seminário

    Sorgo como cultura estrategica e tema de seminario

    O seminário “Sorgo como cultura estratégica para o Brasil – desafios e oportunidades” reuniu especialistas da Embrapa Milho e Sorgo, durante a 15ª Semana de Integração Tecnológica, em Sete Lagoas-MG. Na ocasião, foram apresentados aspectos técnicos e oportunidades de mercado para a cultura do sorgo, bem como o programa de incentivo à cultura Movimento + Sorgo.

    A cultura está em plena evolução no território brasileiro. Atualmente, é possível distinguir um cinturão de sorgo granífero no Brasil, especialmente nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Tocantins, além do Distrito Federal. É o quinto cereal mais produzido no mundo, depois do milho, trigo, arroz e cevada.

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    A ideia principal do Movimento + Sorgo é realizar uma mobilização perene, sem fronteiras ou fronteiras, voltada para o incentivo ao cultivo e diversificação do uso e consumo sustentável do sorgo nos mais variados segmentos agrícolas e agroindustriais. O projeto está sendo estruturado no âmbito da Embrapa, em parceria com a Latina Seeds, e prevê a participação e adesão de empresas e organizações públicas e privadas interessadas no crescimento e fortalecimento da cultura.

    “O sorgo dá segurança quando é plantado na safrinha, ou safra de inverno, principalmente quando consideramos o Zoneamento de Riscos Climáticos Agrícolas”, destacou o diretor executivo da Latina Seeds, William Sawa. Em sua palestra abordou “Consumo e cultivo: o que o mercado demanda e o que o sorgo pode oferecer?”.

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    “Uma das melhores ferramentas para o produtor diversificar é o sorgo, o quinto cereal mais cultivado no mundo. Por ter invariavelmente um ciclo mais curto e suportar melhor o estresse hídrico, pode facilmente fazer uma dobradinha, sendo semeada em épocas em que a entrada do milho é mais arriscada. Recomenda-se que o produtor faça uma análise de sua propriedade e de sua região, observando a janela climática, o custo e os riscos. E com a orientação de um técnico fazer o planejamento escolher a melhor cultura”, disse Sawa.

    Frederico Botelho, agrônomo da Embrapa e coordenador do Movimento + Sorgo, destacou que o sorgo é uma das melhores oportunidades para se ter sistemas de produção de grãos e cadeias produtivas mais sustentáveis. “O sorgo tem usos múltiplos, tanto para alimentação animal quanto humana, como também para a produção de etanol e vassouras. O programa pretende promover capacitação para atualização de conhecimentos de multiplicadores, técnicos e produtores, em relação às boas práticas de manejo da lavoura”, destacou.

    Versatilidade do Sorgo

    No seminário, o pesquisador Cícero Menezes destacou as características do sorgo granífero que favorecem a tolerância da planta à seca e à alimentação animal. “Uma das vantagens da cultura é a relação Carbono/Nitrogênio (C/N) presente na biomassa. Este indicador é usado para medir a degradação da massa seca. A palha de sorgo dura mais tempo no campo em comparação com o painço ou capim. Ajuda a suavizar o impacto da chuva no solo, reduzindo a compactação. Além disso, a massa seca ajuda a evitar a ocorrência de ervas daninhas”, disse Menezes.

    “A quantidade de massa seca fornecida pelo sorgo também favorece a cultura. No sistema de plantio direto para soja, são necessárias 11 a 12 toneladas por hectare (t/ha) de massa seca. O sorgo granífero sai em média de 7 a 12 t/ha e o sorgo forrageiro sai de 12 a 15 t/ha. Outro fator relevante no cultivo do sorgo nos últimos anos é sua resistência a complexos de nanismo e cigarrinhas”, destacou o pesquisador.

    Em seguida, o negociador comercial especializado em milho e sorgo, Bruno Sartori, da empresa BRF abordou o “Mercado nacional e internacional de sorgo e modelos de negócios na cadeia produtiva”, Sartori comentou que em 2022 os principais países produtores de sorgo foram Estados Unidos e Nigéria. Na Nigéria, o consumo é destinado ao consumo humano.

    Ele destacou que o sorgo vem ganhando muito espaço no Brasil nas últimas safras. “Para o mercado interno, 90% da produção é destinada, em grande parte, à alimentação animal. Desse percentual, 42% vai para ração para aves, 34% para suínos, 14% para bovinos e 10% para pets e outros segmentos. Porém, desde 2018, com a instalação de grandes usinas de etanol, principalmente no Mato Grosso, a destinação para esse fim vem crescendo substancialmente”, destacou Sartori.

    Segurança alimentar e produção de forragem

    O pesquisador Rafael Parrela abordou os aspectos técnicos e oportunidades para o Sorgo Forrageiro. “O sorgo tem características favoráveis ​​para alimentação animal, por consumo direto ou ensilagem, semelhante ao milho. Além disso, por ser mais resistente a altas temperaturas e estresse hídrico, o sorgo é uma cultura estratégica para a segurança alimentar e produção de forragem”, disse.

    Segundo ele, o sorgo e a sacarina de biomassa, a princípio, eram destinados à produção de bioenergia e etanol. Mas o produtor também notou sua qualidade para ração animal. O sorgo de corte e pastejo é utilizado para fornecimento de forragem e pastejo direto. “Então olhe para a variabilidade que a cultura tem. Existem até resultados que comprovam que todos os tipos de sorgo podem ser ensilados”, comentou Parrela.

    Para falar sobre “Produção de silagem de sorgo com alto valor nutricional”, o convidado foi o diretor de pesquisa da Helix Sementes, Claudio Prates Zago. “O sorgo tem bom potencial para produzir matéria seca com menor necessidade de água. É mais tolerante a períodos de restrição hídrica e tem grande capacidade de recuperação após um período de estiagem intensa. A planta possui um sistema radicular profundo, com maior volume de raízes secundárias e contém cera nas folhas e folhagem. Além disso, o sorgo tem maior teor de proteína nos grãos e na forragem”, destacou Zago.

    Fonte: Agro