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Recessão nos preços do milho

    Recessao nos precos do milho

    Os preços do milho em Chicago caíram um pouco nesta semana, antecipando o relatório trimestral de estoques dos EUA, que será divulgado em 30/09. O fechamento desta quinta-feira (29) foi de US$ 6,69/bushel, contra US$ 6,88 da semana anterior. Dito isso, a safra de milho, nos EUA, até 25/09, atingiu 12% da área, contra 14% na média histórica. Por outro lado, 52% das lavouras a serem colhidas estavam em condições boas a excelentes, outros 27% eram regulares e 21% eram ruins a muito ruins.

    Por outro lado, os embarques de milho, na semana anterior, atingiram 459.420 toneladas, também abaixo das expectativas do mercado. Com esse volume, o total embarcado no atual ano comercial 2022/23 (iniciado em 1º de setembro) chega a 1,61 milhão de toneladas, ou seja, 21% acima do registrado há um ano.

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    Por outro lado, na Europa, os agricultores franceses colheram 26% de sua safra de milho até 19/09, contra apenas 1% na mesma época do ano passado. (cf. FranceAgriMer) Com os danos causados ​​pela seca, espera-se a menor produção desde 1990 naquele país.

    Enquanto isso, a União Europeia importou, para 2022/23, cerca de 6,6 milhões de toneladas do cereal, até 25/09, sendo um volume 81% superior ao volume importado no mesmo período do ano anterior. O aumento das compras externas de milho deve-se à

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    menor produção local nos últimos 15 anos devido à seca. A Espanha foi o principal importador de milho com 2,46 milhões de toneladas, à frente da Holanda com 802 mil toneladas, Polônia com 637 mil toneladas, Portugal com 602 mil toneladas e Itália com 424 mil toneladas. Entre os principais fornecedores estão a Ucrânia e o Brasil. No caso brasileiro, as exportações de milho para a União Europeia aumentaram mais de 80% no ano até agosto, após os embarques terem dobrado no mês passado, segundo dados do governo brasileiro.

    E aqui no Brasil, os preços do milho se mantiveram estáveis, com certo viés de alta, apesar da pressão da safra de entressafra, que acabou de terminar. A melhora das condições cambiais para as exportações, com a desvalorização do real, auxilia nesse movimento, mesmo com indicação de aumento de 20% nos estoques do ano anterior para 2022/23. Nos portos, os prêmios melhoraram, impulsionados pelas tensões provocadas pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que ganhou novos contornos nos últimos dias.

    Assim, a semana terminou com a filial gaúcha na média de R$ 84,00/saca, enquanto os demais mercados nacionais praticaram valores entre R$ 65,00 e R$ 85,00/saca. Na B3, a data de fechamento de 28/09, para referência, indicava o prazo de validade novembro/22 a R$ 88,76/saca; Janeiro/23 a R$ 93,24; Mar/23 a R$ 95,98; e 23/05 a R$ 95,06/saca.

    Neste momento, a B3 estaria seguindo a lógica do porto, onde os preços estão estáveis, em torno de R$ 90,00/saca para embarques entre outubro e novembro, e R$ 94,00 para dezembro e janeiro. (cf. Brandalizze Consulting) Em linhas gerais, o mercado de milho começa a se concentrar de forma mais intensa, além de fatores externos, as condições climáticas para a nova safra de verão e os efeitos das eleições no câmbio.

    Em relação ao plantio da safra de verão 2022/23, segundo analista privado, até 16/09, o Centro-Sul brasileiro havia semeado 18% de sua área prevista, um pouco acima da média histórica de 15% para esta temporada. . O Paraná já teria 45% da área semeada nessa data, enquanto o Rio Grande do Sul chegou a 37%. (cf. Datagro)

    Na atualização das informações do Paraná, pelo Deral, até o início desta semana, o Paraná havia concluído sua colheita do milho safrinha e semeado 58% da área prevista para a safra de verão do cereal. O desenvolvimento das lavouras é normal, porém, há grande preocupação com a incidência da cigarrinha nas lavouras de milho.

    No Rio Grande do Sul, o plantio da nova safra de milho verão atingiu 47% da área prevista, até 22/09, mantendo-se exatamente dentro da média histórica para aquela data. Em relação ao milho para silagem, para a safra 2022/2023 no Rio Grande do Sul, a área deve chegar a 365.467 hectares, com produtividade média estimada de 37.857 kg/ha. (cf. Emater)

    No mercado externo, o Brasil exportou 5,1 milhões de toneladas de milho nos primeiros 16 dias úteis de setembro, superando em 79% o total exportado em todo o mês de setembro do ano passado. Um volume total é esperado neste mês de

    setembro, cerca de 6,5 milhões de toneladas exportadas. O preço obtido com a tonelada exportada foi de US$ 283,10, um aumento de 51,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Por fim, o Brasil também importou 322.943 toneladas de milho nos primeiros 16 dias úteis de setembro, o que significa 79,2% do total importado em todo o mês de setembro de 2021. O valor da tonelada importada caiu 10,6%, para US$ 217,20.



    Fonte: Agro