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Preços da soja subiram durante a semana

    Precos da soja subiram durante a semana

    Os preços da soja em Chicago registraram um movimento consistente de alta esta semana. O primeiro mês cotado atingiu US$ 15,66/bushel. No entanto, a partir desta quarta-feira (24), a realização de lucros por traders especulativos forçou um recuo no valor do bushel. Com isso, o fechamento desta quinta-feira (25), para o primeiro mês cotado, foi de US$ 15,52, contra US$ 14,95/bushel uma semana antes.

    O foco do mercado continua sendo o clima nos EUA, nesta reta final da safra da oleaginosa (colheita começa na segunda quinzena de setembro). Nesse sentido, apesar das chuvas ocorridas em parte das regiões produtoras norte-americanas na semana anterior, o USDA reduziu o índice de safras em boas condições. Assim, até 21/08, as safras entre boas e excelentes condições atingiram 57% do total, contra 58% na semana anterior e diante de uma expectativa de mercado de 59%. Outros 30% estavam em boas condições e 13% em condições ruins a muito ruins. Cerca de 97% das lavouras estavam em floração e 84% em formação de vagens, contra 86% na média histórica.

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    Por sua vez, os embarques de soja dos EUA, na semana encerrada em 18/08, atingiram 686.583 toneladas, dentro das expectativas do mercado. Com isso, no total do atual ano comercial, os EUA já embarcaram 56 milhões de toneladas de soja, contra mais de 59 milhões no mesmo período do ano anterior. Do lado da demanda, alguns indicadores do mercado chinês indicam que suas compras podem voltar a crescer nas próximas semanas. Entre setembro e dezembro, a soja norte-americana está mais barata, e é nesse mercado que os chineses viriam com mais intensidade, se é que vierem. É relatado que a China já comprou 20 navios de soja na semana anterior e outros 11 a 13 navios na semana passada. De origem brasileira, seriam outros 8 navios e outros dois da Argentina e do Uruguai. O que tem ajudado os EUA é a queda dos prêmios, a queda do frete e a redução do gap de frete entre o Golfo do México e o porto de Santos. Esse spread normalmente gira em torno de 9 a 10 dólares por tonelada, e agora está em 6 dólares.

    Além disso, surgem informações de que negócios com a oleaginosa, para embarque em dezembro, registram prêmios de até US$ 3,03/bushel sobre o contrato de janeiro na Bolsa de Chicago, do Golfo. Esse prêmio mostra queda de 40 centavos desde o início de agosto, além da queda no valor do bushel em Chicago, em relação a meses atrás. Assim, a soja importada está ficando mais barata, melhorando a margem para as indústrias chinesas. A combinação é boa, com queda no custo da matéria-prima, aumento na produção de ração animal, baixa cobertura nas fábricas e queda nos estoques internos de farelo. De fato, as margens de moagem com as indústrias chinesas, embora ainda no vermelho, passaram de US$ 80,00/t para US$ 40,00, reduzindo suas perdas. De qualquer forma, a China ainda precisaria comprar entre 23 a 24 milhões de toneladas de soja até janeiro, lembrando que seus estoques de farelo estão baixos e as margens dos suinocultores locais melhoraram muito, embora ainda não substituem as perdas acumuladas nos últimos meses. Vale destacar também que a China enfrenta agora uma grande seca, que pode impactar as importações de grãos.

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    Por enquanto, o fenômeno climático afeta áreas de arroz e não de soja, mas será necessário monitorar a situação nas próximas semanas. Neste momento, a área afetada não é muito expressiva. De acordo com o Ministério de Recursos Hídricos da China, aproximadamente 645.000 hectares de plantações estão sofrendo com a forte onda de calor e falta de água. Dito isso, os preços aqui no Brasil melhoraram um pouco, apesar do câmbio permanecer na faixa entre R$ 5,10 e R$ 5,20/dólar, com pouca oscilação nos últimos tempos, apesar da proximidade das eleições presidenciais. Assim, a média da filial do Rio Grande do Sul fechou a semana em R$ 172,41/saca, com os principais mercados locais funcionando com R$ 174,00. Nos demais mercados nacionais, a saca de soja oscilou entre R$ 160,00 e R$ 176,00. Apesar da expectativa de quase recuperação nas compras chinesas de soja, o mercado continua impactado pelo fato de a China registrar demanda menor este ano, tendo que importar entre 90 e 91 milhões de toneladas da oleaginosa, ou seja, quase 10% abaixo da safra. última temporada e o menor volume das últimas três temporadas.

    Em Mato Grosso do Sul, o custo de produção da soja para a safra 2022/23 deve aumentar 26,6%, atingindo R$ 6.860,08/hectare. O cálculo considera fatores como despesas diretas e indiretas, custos fixos e variáveis. Dentre eles, o custo variável, que inclui insumos como sementes, fertilizantes, fungicidas, herbicidas e inseticidas, é o principal responsável pelo aumento, com participação de 91,17% no custo total. Ao converter para sacas, o custo representa cerca de 43 sacas por hectare, ao preço de R$ 160,00 a saca.

    Por fim, a Conab consolidou os dados da safra de soja 2021/22 no Brasil. A produção nacional teria sido de 124 milhões de toneladas, colhidas em 40,95 milhões de hectares. As projeções para 2022/23 mostram uma área recorde de 42,88 milhões de hectares. Grande parte dos resultados positivos do país, além do clima, se deve aos produtores de sementes, também conhecidos como multiplicadores, que possibilitam a disponibilização de novas pesquisas e tecnologias, por meio de novas cultivares, junto aos produtores rurais brasileiros.

    As informações são do Centro Internacional de Análise Econômica e Estudos do Mercado Agrícola – CEEMA



    Fonte: Agro