Os preços da soja esta semana recuaram um pouco em Chicago.
O bushel da oleaginosa fechou quinta-feira (27) cotado a US$ 13,82, contra US$ 13,91 da semana anterior.
A pressão da safra americana, que até o dia 23/10, atingiu 80% da área semeada nos EUA, contra 67% na média histórica, ajuda a segurar os preços.
Por outro lado, as exportações de soja, pelo país norte-americano, cresceram fortemente na semana encerrada em 20/10.
O total atingiu 2,89 milhões de toneladas, bem acima das expectativas do mercado.
Na prática, foram embarcados 1,33 milhão de toneladas pelo Golfo do México (Atlântico) e outros 1,22 milhão pelos portos do Pacífico, com 75% do total geral destinado à China.
Mesmo assim, em todo o ano comercial atual, os EUA exportaram 7,6 milhões de toneladas, ou seja, ainda 12% abaixo do mesmo período do ano anterior.
Esse volume, ainda baixo, deve-se em grande parte a problemas de navegação no rio Mississippi, devido ao seu baixo nível.
E isso por causa da seca, fato que eleva os prêmios nos portos do Golfo.
As filas de barcaças continuam crescendo em diferentes trechos do rio – que movimenta anualmente 500 milhões de toneladas de carga, avaliadas em US$ 100 bilhões, segundo dados do governo americano – e impedindo que os números sejam mais fortes, levando, inclusive, analistas e consultores de mercado dizem que o USDA poderia, nos próximos boletins mensais de oferta e demanda, revisar para baixo as estimativas para as exportações de soja e milho dos EUA.
Embora as poucas barcaças que podem circular tenham volumes menores de grãos, os custos pagos por elas permanecem os mesmos e boa parte disso tem sido arcado pelos produtores norte-americanos.
Em plena safra, muitos tiveram altos custos logísticos, ao mesmo tempo em que tiveram que buscar outras alternativas para armazenar sua produção, já que ela não escoa como deveria.
Do lado da demanda, a China voltou ao mercado, tendo aumentado suas compras de soja em setembro em cerca de 12%, devido à redução de seus estoques.
Com isso, naquele mês os chineses importaram 7,72 milhões de toneladas da oleaginosa.
Mesmo assim, nos primeiros nove meses do ano, as compras chinesas são 6,6% menores do que no mesmo período do ano passado, atingindo 69 milhões de toneladas.
Nesse contexto, as importações do Brasil, em setembro, caíram para 5,58 milhões de toneladas, contra 5,94 milhões no mesmo mês do ano passado.
A soja dos EUA aumentou no mesmo mês para 1,15 milhão de toneladas, contra apenas 169.439 toneladas em setembro de 2021.
E aqui no Brasil os preços se mantiveram estáveis, mesmo com o câmbio avançando para R$ 5,40 por dólar em determinados horários da semana.
A média gaúcha fechou a semana em R$ 172,04/saca, preço também praticado nas principais praças do Estado, enquanto no restante do país a saca de soja oscilou, no final de outubro, entre R R$ 164,00 e R$ 175,00.
Dito isso, o plantio da nova safra brasileira, até 21/10, atingiu 32,4% da área prevista, contra a média histórica de 25,8% para esta data.
No Paraná, o plantio atingiu 36%, contra a média de 45%; no Rio Grande do Sul, apenas 1% da área foi semeada; em Mato Grosso, o plantio foi de 67%, contra uma média de 47%; no Mato Grosso do Sul atingiu 29%, contra 31% em média; em Goiás avançou para 33%, contra 20% em média; em São Paulo atingiu 35%, contra 18% em média; e em Minas Gerais 18%, contra a média de 17% para aquela data.
Conforme informado anteriormente, a área total prevista com soja é de 42,88 milhões de hectares, a produtividade média nacional, desde que o clima ajude, chegaria a 3.550 quilos/hectare, fato que poderia levar a uma produção recorde de 151,5 milhões de toneladas em 2022/ 23.
Especificamente em Mato Grosso, com plantio atingindo 67% da área prevista, o clima é positivo, permitindo um bom avanço na semeadura.
Por outro lado, no Paraná, as chuvas constantes dificultaram muito o plantio da soja e causaram danos ao trigo.
Esta semana houve um bom avanço no plantio de soja, com 600 mil hectares cultivados, graças à calmaria das chuvas.
A safra total de soja no Paraná está prevista em 21,5 milhões de toneladas, um recorde se confirmado.
A área deverá crescer 1%, atingindo 5,73 milhões de hectares.
E no Mato Grosso do Sul, mesmo com algum atraso, o plantio avança e deve chegar a 3,8 milhões de hectares.
Espera-se uma produtividade média de 53 sacas/hectare, o que levará a uma produção de 12,3 milhões de toneladas.
Até o momento, 17,8% da produção da safra 2022/23 foi vendida, a um preço médio de R$ 154,21/saca.
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