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Preços da soja caíram na semana

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    Os preços da soja em Chicago continuaram em queda nesta semana, acelerados nesse movimento pelas informações do relatório trimestral de ações dos EUA, divulgado em 30/09. Assim, a data de fechamento de 06/10 (quinta-feira), para o primeiro mês cotado, foi de US$ 13,58/bushel, contra US$ 14,10 da semana anterior. O valor atual não é visto desde meados de janeiro passado. Por sua vez, a média de setembro fechou em US$ 14,60/bushel, ou seja, 6,9% abaixo da média de agosto. Para efeito de comparação, lembre-se que a média de setembro do ano passado foi de US$ 12,77/bushel.

    Dito isso, o relatório de estoque, na posição de 1º de setembro, indicou um aumento de 7% em relação à mesma data do ano passado. Esses estoques ficaram em 7,46 milhões de toneladas. Com base nesse contexto, o USDA revisou para cima a última safra colhida nos EUA. Além disso, até 1º de outubro, a colheita nos EUA atingiu 22% da área, avançando 14 pontos percentuais em uma semana. Com isso, ficou acima das expectativas do mercado, que era de 20%, e próximo a 25% da média histórica.

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    Das lavouras a serem colhidas, ainda havia 81% delas em fase de maturação, caindo as folhas, contra 79% em média nos últimos anos. Portanto, além do relatório, o mercado está sob pressão baixista da safra nos EUA; o ritmo de plantio na América do Sul; demanda menos intensa da China; e o comportamento dos Fundos, atraídos por títulos do governo norte-americano à medida que as taxas básicas de juros norte-americanas continuam subindo. Em outras palavras, os efeitos da guerra da Rússia contra a Ucrânia já não aparecem tanto. Mesmo assim, é importante destacar que a recente decisão da Opep de cortar sua produção pode elevar o preço do petróleo e puxar o restante das commodities. Tanto que o óleo de soja em Chicago mais uma vez ultrapassou 69 centavos de dólar por libra-peso, algo que não era visto desde o início de setembro.

    Na Argentina, em 30/09, acabou o chamado “dólar de soja”, e em 19 dias úteis os produtores locais venderam 15,8 milhões de toneladas de soja atraídos por esse dólar. Com isso, o volume vendido representa 40% de toda a safra 2021/22 naquele país. Quanto à futura safra de soja no país vizinho, há grande preocupação com a continuidade do fenômeno La Niña, pelo terceiro ano consecutivo. Assim, a expectativa é de que 16,07 milhões de hectares sejam semeados com a oleaginosa, resultando em uma produção de 48 milhões de toneladas se o La Niña permitir.

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    Com isso, a produção total de grãos e cereais na Argentina, para 2022/23, chegaria a 127,7 milhões de toneladas. Como pode ser visto, uma produção total inferior a metade da brasileira. Nesse contexto, as exportações argentinas de grãos devem cair 9,2%, lembrando que lá há uma taxa de exportação, enquanto o Produto Agrícola Bruto (PIB) seria de US$ 50,7 bilhões, ou seja, 11,8% inferior ao da safra 2021/ 22 colheita.

    E no Brasil, diante de um câmbio que voltou a operar abaixo de R$ 5,20 na maior parte da semana; diante de prêmios menores devido ao efeito “dólar de soja” na Argentina; e diante do recuo em Chicago, os preços voltaram a cair. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 171,82/saca, porém, os principais mercados estaduais operaram com R$ 164,00/saca. Este número é um dos mais baixos deste ano. Nos demais mercados nacionais, o preço da soja oscilou entre R$ 152,00 e R$ 164,00/saca.

    Dito isso, o plantio da nova oleaginosa nacional atingiu 4,5% da área em 30/09. Espera-se uma área total de 42,9 milhões de hectares e uma produtividade média, se o clima ajudar, de 3.550 quilos/hectare. Com isso, a produção final brasileira poderá atingir 151,5 milhões de toneladas, ou seja, 20,3% superior à safra anterior parcialmente frustrada.

    Especificamente em Mato Grosso, o plantio avançou para 6,3% da área prevista até 30/09, lembrando que a média histórica para o período é de 1,8%. Espera-se um aumento de 2,9% na área semeada, atingindo 11,8 milhões de hectares naquele estado. Assim, a produção local está projetada em 41,5 milhões de toneladas de soja. Com o dólar, no Brasil, tendo sua maior perda diária no dia seguinte ao primeiro turno das eleições, desde junho de 2018, e mais a realidade argentina, os preços da soja nos portos brasileiros caíram até R$ 10,00 por saca, derrubando os preços para o mercado rural produtores.

    Por fim, um estudo realizado sobre a realidade da soja no Paraná mostra que o câmbio da oleaginosa, tendo em vista seus principais insumos, foi ruim para o grão, perdendo poder aquisitivo no mercado de insumos, em relação ao ano anterior. . Algo que já era conhecido e que atingiu ainda mais o Rio Grande do Sul. Segundo a Datagro, que realizou o estudo, houve piora nas relações de troca da soja para todos os sete insumos analisados ​​(fertilizantes, uréia, sementes, calcário, óleo diesel, herbicidas e colheitadeiras) em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com a média histórica de 10 anos, a piora foi observada em seis dos sete produtos.

    No caso dos fertilizantes, com base na formulação NPK 30-04-10, a relação de troca piorou consideravelmente desde o ano passado, passando de 21,04 sacas em agosto de 2021 para 28,43 no mesmo mês deste ano, em relação ao recorde histórico médio do últimos 10 anos de 19,82 sacas. A média histórica de uréia é de 20,45 sacas de soja para adquirir uma tonelada do insumo. Essa relação, que já era de 21,17 sacas no ano passado, subiu para 27,77 sacas no último mês.

    Enquanto isso, os preços das sementes, que voltaram a subir, levaram a relação de troca de 2,85 sacas para 3,23, lembrando que a média histórica de 10 anos é de 2,53 sacas. No caso do calcário dolomítico moído, em agosto deste ano seria gasto 1,19 saca de soja para adquirir uma tonelada, ante 0,98 no mesmo período de 2021. Porém, neste caso, ainda abaixo da média de 10 anos, que é 1,48 saco. Com relação à aquisição de 100 litros de óleo diesel, a relação de troca passou de 2,66 sacas em agosto de 2021 para 3,98 sacas no mesmo mês deste ano. A média histórica é de 3,77 sacas de soja. No caso dos herbicidas, para comprar cinco litros de Roundup, a variação passou de 0,97 sacas em agosto do ano passado para 2,78 sacas deste ano, contra a média histórica de 1,14 sacas.

    Por fim, observa-se, em geral, uma piora no poder de compra da soja em relação às máquinas agrícolas (colheitadeiras). No caso da colheitadeira John Deere 1470 de 193 HP, a relação de troca, que tem média histórica de 6.465 sacas por unidade, passou de 6.707 em 2021 para 8.404 sacas em agosto de 2022. Por isso, os preços da soja subiram muito nos últimos anos. dois anos.

    A análise é do Centro Internacional de Análise Econômica e Estudos do Mercado Agrícola – CEEMA



    Fonte: Agro