É incrível descobrir que enxames de abelhas podem produzir tanta carga elétrica atmosférica quanto uma tempestade!
Imagine só, enquanto os insetos se alimentam e encontram comida, eles também contribuem para a eletricidade atmosférica. E não apenas isso, mas essa eletricidade estática também ajuda as aranhas a migrar longas distâncias usando suas teias. Sensacional não é? Vamos entender tudo isso a partir de agora.
uma descoberta eletrizante
Uma pesquisa publicada na revista iScience (DOI: 10.1016/j.isci.2022.105241) em novembro de 2022, revela como é possível que um enxame de abelhas produza carga elétrica atmosférica. Os pesquisadores esclarecem que a tensão produzida pode ser afetada por diversos fatores externos, naturais ou humanos.
“Sempre olhamos como a física influencia a biologia, mas em algum momento percebemos que a biologia também pode estar influenciando a física,” diz Ellard Hunting, biólogo da Universidade de Bristol, no Reino Unido. “Estamos interessados em como diferentes organismos usam campos elétricos estáticos, que estão praticamente em todo o ambiente.“, completa.
“Combinamos evidências teóricas e empíricas para demonstrar que os enxames de abelhas contribuem diretamente para a eletricidade atmosférica, proporcionalmente à densidade do enxame.“, finaliza.
E não são apenas enxames de abelhas que estão impactando a eletricidade atmosférica, os gafanhotos também estão fazendo sua parte. Eles enxameiam em escalas bíblicas, medindo 1.200 quilômetros quadrados, com 80 milhões de gafanhotos em menos de um quilômetro quadrado; sua influência é provavelmente muito maior do que as abelhas.
A equipe acredita que deve haver muitas outras associações entre campos elétricos estáticos de origem biológica e o meio ambiente, em diferentes escalas espaciais, como micróbios no solo. É incrível descobrir como a biologia está interconectada com a física e como os seres vivos estão constantemente contribuindo para o mundo ao seu redor.
Produção de mel e carga elétrica
A vida de uma abelha é dedicada ao trabalho árduo e à cuidadosa e ininterrupta produção de mel. com o chamadoestômago de mel“, uma cavidade separada no abdômen armazenam o néctar das flores até que ele possa ser transformado em mel por meio de uma série de processos, incluindo a passagem entre as abelhas.
Na década de 1950, o pesquisador brasileiro Dr. Warwick E. Kerr tentou cruzar abelhas africanas e européias com a intenção de criar uma espécie mais resistente à produção de mel. No entanto, o resultado foi uma espécie inesperada: a abelha assassina ou abelha africanizada.
De aparência pequena, mas capaz de criar colmeias em todo tipo de área, a Apis mellifera scutellata é uma verdadeira força da natureza, capaz de causar a morte por meio de ataques em massa e produzir eletricidade em grandes enxames.
Algumas curiosidades sobre essa espécie de abelha são:
- A abelha assassina é conhecida por sua agressividade, sendo capaz de atacar em massa e sem motivo aparente.
- Elas são mais rápidas e fortes que as abelhas européias e podem viajar longas distâncias para encontrar comida.
- A abelha africanizada tem uma capacidade de reprodução mais rápida, o que permite que suas colônias cresçam rapidamente.
- Eles são resistentes a doenças e pragas, o que os torna mais capazes de sobreviver em condições adversas.
- A abelha assassina é responsável por um grande número de acidentes e mortes, principalmente em áreas rurais, devido a sua agressividade e capacidade de atacar em grandes enxames.
Efeito de enxames de abelhas na eletricidade atmosférica
Segundo os pesquisadores, os enxames de insetos podem ocorrer em diferentes altitudes e densidades e geralmente consistem em uma única espécie (por exemplo, abelhas, gafanhotos, borboletas).Usando medições de carga publicadas de abelhas (Edwards, 1962; Erickson, 1975) e nossas próprias medições calibradas, desenvolvemos um modelo tridimensional de análise de elementos finitos para avaliar computacionalmente o efeito de enxames de abelhas em campos elétricos atmosféricos locais.” Esses modelos dos campos elétricos em torno dos enxames de abelhas destacam a influência apreciável que eles podem ter em seu ambiente elétrico local, veja a figura abaixo:
Possibilidade de extinção
No episódio Hated in the Nation, da terceira temporada de Black Mirror, a Netflix nos apresenta um cenário assustador e bem real: a possibilidade da extinção das abelhas. A trama mostra como o mundo seria afetado pela perda dessas importantes criaturas, levando-nos a refletir sobre o impacto que nossas ações podem causar na natureza e na vida do planeta. É uma história envolvente que nos faz questionar nossa responsabilidade como seres humanos.
As abelhas estão desaparecendo em um ritmo alarmante! Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), 71 das 100 espécies de abelhas responsáveis pela polinização de 90% dos alimentos do mundo estão desaparecendo na Europa e na América do Norte. Isso significa que a disponibilidade e a diversidade de produtos frescos, do café ao tomate, estão em risco. E isso é um golpe devastador para a nutrição humana.
Outra série, já no estilo comédia, o desajeitado Trevor – interpretado pelo ator Rowan Atkinson (Mr. Bean) é contratado para cuidar de uma luxuosa mansão, mas entra em guerra com uma abelha. Claro, esse foi o começo do caos!
Conforme proposto na ficção, diante da possibilidade de extinção das abelhas, deve-se recorrer a drones que imitam insetos para manter a estabilidade na natureza e auxiliar na alimentação humana. Não podemos permitir que as abelhas continuem desaparecendo, precisamos agir agora antes que seja tarde!
Por Vicente Delgado – AGRONEWS®
