OUÇA 🎧 | Bons pastos e manejo reduzem o tempo de confinamento • Portal DBO

Depois de um planejamento estratégico bem elaborado para a produção da fazenda, é hora de olhar para o manejo do rebanho, em cada uma das fases anteriores ao confinamento, e para a alimentação, que é fundamental.

O objetivo é que ela atinja o sistema de acabamento intensivo, demandando o menor tempo possível para ganhar acabamento (deposição de gordura).

“Vale ressaltar que todas as etapas do manejo e nutrição do rebanho estão interligadas e integradas”. É o que nos explica Alexandre Campos Gonçalves, engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP e diretor da Alecrim Consultoria. Ele se refere a itens que vão desde a divisão dos piquetes até o fornecimento de bebedouros e bebedouros.

O período bovino anterior à engorda é aquele em que o pecuarista precisa oferecer plenas condições para seu desenvolvimento.

Nele, o custo por arroba de peso que ele ganha é consideravelmente menor do que no confinamento, por exemplo. “É um período de grande conversão alimentar. Logo merece toda a atenção do negócio”explica.

OUVIR Abaixo estão os comentários de Alexandre Campos Gonçalves

Fase reprodutiva – Assumindo que o bezerro nasceu sem intercorrências, a mãe irá amamentar.

Isso significa que ela precisa de uma boa alimentação para completar bem essa fase. “Não se dá o pior piquete para esta categoria”adverte Gonçalves, caso contrário o bezerro não se desenvolverá satisfatoriamente e a vaca não voltará a conceber, devido a uma perda significativa de escore corporal.

Pastagem de qualidade e suplementação – Quando se trata de animais jovens, eles merecem as melhores pastagens, pois respondem com desenvolvimento e ganho de peso.

“O pecuarista eficiente é um agricultor de capim”, reforça o agrônomo. Mas fique atento a questões como quantidade sem a devida qualidade e o modelo de produção.

A Integração Lavoura Pecuária (ILP) é uma grande aliada dos pecuaristas em diversas frentes produtivas: diversifica a produção agrícola, reforma áreas de pastagens, fortalece a alimentação de diversas categorias animais, encurta o ciclo da pecuária e pode, em alguns casos, suprimir a fase de confinamento . É uma tecnologia que ainda gera alguma desconfiança.

O manejo cuidadoso, tranquilo e descomplicado reflete no desempenho dos animais. Esse bem-estar permite que eles se concentrem em comer e não se desviem para o medo e a autodefesa.

As equipes das fazendas devem ser treinadas e preparadas para levar esse conceito ao pasto e, principalmente, ao curral. “Não é sobre moda, é sobre lucro”diz o técnico.

O acesso à sombra e à água deve ser fácil, evitando longas caminhadas atrás dos recursos. Isso proporciona ao rebanho menor desvio de energia, ou seja, economia de metabolismo que é convertida em ganho de peso. O bom dimensionamento de tudo isso se traduz em rapidez e eficiência produtiva nas etapas de pastagem.

Uma história de sucesso – O Grupo Joia da Índia, do fazendeiro e empresário Carlos Novaes Guimarães, trabalha com oito fazendas em Campo Grande, Miranda e Corumbá, todas cidades do Mato Grosso do Sul.

É um tradicional colhedor de Nelore PO, com mais de 50 anos de trabalho. Além da pecuária a pasto, o grupo possui uma central de inseminação artificial que leva o mesmo nome.

A pecuária Joia da Índia é composta por um rebanho de 800 porcas trabalhando em gado PO e gerando genética de ponta e ainda 4 mil na produção comercial de carne. O sistema é verticalizado – com recria, recria e engorda – e somente em condições específicas o gado é confinado para depositar gordura de terminação.

Vinícius Tavares de Oliveira, veterinário e gerente do grupo, relata que a qualidade e o volume da grama (veja vídeo acima)além de uma gestão bem estruturada, são pilares do trabalho que realizam.

Isso porque eles entendem que a genética de ponta está incluída nos itens indispensáveis ​​para que eles alcancem a lucratividade.

OUVIR Abaixo estão os comentários de Vinícius Tavares de Oliveira

Quando a fase de recria é realizada da melhor forma possível, vem o desmame, onde se inicia a recria. Separar mães e filhos é estressante, mas grandes estresses podem ser minimizados e a vida continua.

Gera separadamente em dois turnos – Na Jóia da Índia, a criação é subdividida em I e II. Oliveira explica que, no Brasil, o regime hídrico define a oferta de forragem.

Portanto, menos tempo em confinamento requer uma melhor gestão do palco. “Precisamos intervir e evitar o famoso boi sanfona”explica.

A 2ª etapa do período de criação ocorre durante a estação chuvosa. No capim como cultura, vem com muito poder nutritivo e é hora do pecuarista tirar o melhor proveito da condição.

Com sucesso, as fêmeas estão prontas para se reproduzir e os machos para terminar tanto em confinamento quanto a pasto.