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Os bisfosfonatos são uma ótima opção terapêutica para cavalos atléticos

    Bifosfonatos são uma ótima opção terapêutica para equinos atletas

    Independentemente da modalidade em que o cavalo está inserido, a claudicação pode ser considerada a manifestação de desconforto mais comum observada por proprietários, tratadores e veterinários na rotina esportiva.

    Tal sintoma, na maioria das vezes, resulta em queda no desempenho, interrupção da jornada atlética, gastos financeiros e desconforto ao animal. As causas da claudicação são diversas e comumente estão ligadas ao tipo de movimento e exercício realizado pelo grupo, devendo ser avaliadas corretamente para futura resolução e prevenção de novas lesões.

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    Apesar de ser visualizada de forma eficiente por profissionais experientes durante o exame clínico, a especificidade do foco da dor pode ser um fator de dificuldade no fechamento do diagnóstico e, por isso, faz-se necessária a utilização de estratégias que possibilitem essa análise mais detalhada.

    Atualmente, existem vários métodos de rastreamento da lesão, mas o uso de atordoamento químico em determinadas regiões permite ao clínico, por exclusão, limitar a origem da claudicação. Tal método é chamado de bloqueio anestésico e é sobre ele que falaremos mais ao longo deste artigo.

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    Ele mancou, mas onde dói? Como dito anteriormente, existem várias causas de claudicação, bem como métodos e práticas de diagnóstico. A inspeção visual (estação, passo, trote e galope), palpação de ligamentos e tendões e pinçamento dos cascos, são essenciais em um bom exame clínico, principalmente pela simplicidade de execução e pela quantidade de informações fornecidas ao veterinário, pois, Em alguns casos, a claudicação ainda é evidente nesta fase do exame, revelando o foco da dor de forma mais simples.

    No entanto, nem toda claudicação se manifesta dessa forma, sendo necessária, em parte considerável dos casos, a análise loco-regional para evidenciar, não necessariamente a causa da dor, mas o local que deve ser analisado com mais cuidado. para que a origem seja finalmente descoberta por meio de exames complementares, como ultrassonografia, radiografia, cintilografia, ressonância magnética, etc.

    O que é um bloqueio anestésico?

    O bloqueio anestésico consiste em anestesia perineural (ao redor e no próprio nervo) e/ou intra-articular (dentro da articulação) com o uso de drogas que promovem a dessensibilização das estruturas-alvo por um determinado período. Sua execução é relativamente simples e barata, pois utiliza materiais comuns da rotina veterinária, como seringas, agulhas e couro cabeludo (um tipo de agulha com transferidor de plástico), além de anestésicos como lidocaína e bupivacaína, exigindo apenas conhecimento anatômico. e farmacológico do profissional que irá realizá-lo.

    O objetivo do uso desse método é acabar temporariamente com a dor para que o animal pare de manifestar claudicação, mas isso deve ser feito em etapas para que a restrição da dor seja realizada da forma mais concisa possível. Para isso, a anestesia deve ser iniciada, necessariamente, no sentido distal para proximal (do ponto mais distante do tronco até o ponto mais próximo), pois a analgesia proximal pode influenciar o efeito distal da dessensibilização, mascarando-o.

    Além disso, os métodos de assepsia devem ser seguidos à risca, sendo mais rigorosos na modalidade intra-articular devido à sensibilidade das estruturas manipuladas.

    bloqueio perineural

    Como dito anteriormente, consiste na dessensibilização temporária de uma área específica por meio da aplicação de um anestésico local no próprio nervo, ou ao seu redor. Sua finalidade é auxiliar no diagnóstico de patologias musculoesqueléticas ou fins terapêuticos.

    É uma técnica amplamente realizada e considerada de fácil acesso às estruturas envolvidas no procedimento. Espera-se que, com o bloqueio, o animal cesse ou diminua o grau de claudicação em que se encontrava antes do procedimento, devolvendo o apoio ao membro afetado.

    O bloqueio diagnóstico é o método mais eficaz para identificar o local da dor, facilitando a investigação na busca do diagnóstico e tratamento corretos, limitando o espaço para investigação.

    Quando bem sucedido, o bloqueio perineural dessensibiliza diversas estruturas extra-articulares, como ligamentos, tendões, bainha tendinosa, tecido subcutâneo e ossos extra-articulares. Se o animal diminuir o nível de claudicação, isso indica que a origem da dor é distal ao local do bloqueio anestésico.

    bloqueio intra-articular

    Semelhante ao bloqueio perineural, o bloqueio intra-articular é uma técnica valiosa para localizar a dor em animais com claudicação. Isso é feito por meio da artrocentese (acesso ao interior da articulação por meio de pontos específicos), procedimento utilizado tanto para administrar medicamentos quanto para coletar líquido sinovial.

    Auxilia na definição clínica de quão significativos são os achados radiográficos no membro do animal, pois um animal pode apresentar achados radiográficos em diferentes regiões do mesmo membro, mas apenas um desses achados é responsável pela dor e consequente claudicação. Nesse caso, o bloqueio intra-articular pode ser preferível ao bloqueio perineural, pois atua em estruturas diferentes e mais específicas.

    Algumas peculiaridades do bloqueio intra-articular envolvem: risco de sepse; necessidade de conhecimento anatômico profundo; requer boa assepsia; requer habilidades no manuseio e contenção de animais. Embora o bloqueio intra-articular resulte em altas taxas de sucesso, em tecidos que apresentam infecção, inflamação ou isquemia, a anestesia tende a ter menos efeito, pois o ambiente mais ácido nos tecidos afetados inibe a dissociação da droga.

    Conclusão sobre claudicação

    A técnica do bloqueio anestésico pode ser de grande ajuda na identificação correta e precoce de patologias e na melhora da claudicação, além de proporcionar conforto em casos de mau prognóstico ou pós-operatório.

    Fica claro a importância da observação dos sintomas clínicos pelos proprietários e cuidadores, evitando assim perdas financeiras e danos à saúde e bem-estar do animal. Portanto, se você notar que seu animal está com dor ou queda no desempenho, não deixe de consultar seu veterinário.

    Por Médico Veterinário Hélio ItapemaRachel C. Worthington, Lunna Cabó e Vida Martins

    Fotos: Pixabay

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    Fonte: Agro