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Marcelo Pardini escreve artigo sobre os princípios da ação humana

    Em seu artigo desta semana, poeta e jornalista retrata a importância dos sentimentos e ações positivas frente o universo

    Dando continuidade ao artigo do pesquisador e cavaleiro Luciano Ferreira Rodrigues Filho (se ainda não viu, clique aqui), hoje ele traz toda a metodologia utilizada para a realização da pesquisa e os resultados obtidos. Confira!

    Metodologia

    A metodologia adotada para a elaboração do Relatório de Revisão do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo baseou-se na análise de dados secundários, revisão bibliográfica e entrevistas com profissionais e especialistas da área.

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    Inicialmente, foram coletados e analisados ​​dados e informações disponíveis em bases de dados públicas, como IBGE, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e Sistema de Informações Agropecuárias (SIAGRO), a fim de compreender a situação atual do setor.

    Em seguida, foram realizadas revisões bibliográficas de estudos e artigos científicos que abordam o tema equinocultura no Brasil e no mundo, buscando informações sobre tendências, desafios e oportunidades no setor.

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    Além disso, foram realizadas entrevistas com profissionais e especialistas da área, como criadores de cavalos, veterinários, representantes de entidades do setor, pesquisadores e professores universitários. Essas entrevistas foram realizadas presencialmente ou virtualmente, e buscaram colher informações adicionais sobre a realidade do setor, bem como opiniões e sugestões para o desenvolvimento do agronegócio equino.

    Com base nesses dados e informações, foi elaborado o relatório de Revisão do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo, que apresenta um panorama atual do setor no Brasil, desafios e oportunidades para o desenvolvimento da equinocultura, além de apontar estabelece medidas para a promoção do agronegócio. do cavalo no país.

    Esses dados foram cruzados com dados do Censo Agropecuário 2017 apresentados pelo IBGE e com a Pesquisa Pecuária Municipal (2020), sobre a estimativa do número de cavalos em cada estado do Brasil.

    alguns resultados

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    Em relação ao rebanho de cavalos, podemos observar que o número desses animais oscilou entre 2016 e 2020, apresentando um crescimento gradativo ao longo do período, passando de 5.576.136 em 2016 para 5.959.922 em 2020. Isso sugere que o mercado equino pode estar em expansão no Brasil. Isso pode ser observado na valorização dos cavalos durante o período da pandemia.

    Não é possível afirmar com certeza se houve aumento do rebanho equino durante a pandemia, pois os dados mais recentes disponíveis são de 2020 e não trazem informações específicas sobre o período da pandemia. No entanto, é possível levantar algumas hipóteses sobre possíveis fatores que podem ter influenciado a criação de cavalos durante a pandemia:

    – Maior demanda por atividades ao ar livre: Com o fechamento de espaços públicos e a necessidade de distanciamento social, as pessoas buscaram mais atividades ao ar livre e contato com a natureza. A equitação pode ser uma dessas atividades, o que pode ter impulsionado a demanda por cavalos e, consequentemente, o crescimento do rebanho.

    – Mudança no perfil do consumidor: Com o isolamento social e a necessidade de trabalhar em casa, muitas pessoas podem ter optado por morar em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. Essa mudança no perfil do consumidor pode ter gerado um aumento na demanda por atividades rurais, incluindo a criação de cavalos.

    – Aumento da demanda por produtos naturais: A pandemia pode ter incentivado uma maior preocupação com a saúde e a origem dos alimentos. Nesse contexto, a produção de carne e leite de equinos, por exemplo, pode ter se beneficiado, impulsionando o crescimento do rebanho.

    Segundo a Revisão do Estudo do Complexo Agronegócio Equino, a distribuição do rebanho equino é dividida em duas categorias: animais destinados ao esporte, lazer e criação e animais destinados ao manejo (trabalho).

    Segundo o relatório, o número de animais destinados ao esporte, lazer e criação é de 1.100.000, enquanto o número de animais destinados ao manejo é de 3.900.000. O número total de equinos na propriedade é de 5.000.000.

    Esses dados podem ser úteis para entender o uso de cavalos no contexto da propriedade rural. O fato de haver uma quantidade significativa de animais destinados ao esporte, lazer e criação sugere que existe uma demanda para esse fim no mercado. O maior número de animais destinados ao manejo indica que ainda é predominante o uso desses animais para atividades produtivas.

    Além disso, a tabela pode indicar a importância do conhecimento sobre a finalidade da criação de cavalos para o manejo da propriedade rural. Isso porque a finalidade da criação pode influenciar em vários aspectos do manejo animal, como nutrição, treinamento e saúde, entre outros.

    Essa estimativa indica que 22% do rebanho é destinado ao esporte, lazer e criação e que 78% à pecuária (trabalho). Seguindo essa estimativa, podemos sugerir o rebanho nacional, de acordo com o rebanho de cada estado, da seguinte forma:

    Eqüinocultura no Brasil: indústria em crescimento que movimenta economia e gera milhões de empregos – parte 2
    Fonte: IBGE (2020).

    Assim, os dados apresentados indicam que o Complexo do Agronegócio do Cavalo no Brasil gerou uma receita total de R$ 16,15 bilhões em abril de 2015. Esse valor foi distribuído entre diferentes segmentos, como Lida, Esporte e Lazer, PSI e Turf e Outros.

    O segmento Lida foi o que mais contribuiu com a receita do complexo, com R$ 8,58 bilhões (53,13%), seguido por Esporte e Lazer, com R$ 5,84 bilhões (36,13%). PSI e Turf e Outros tiveram a menor contribuição, com R$ 0,79 bilhão (4,89%) e R$ 0,94 bilhão (5,81%), respectivamente.

    Além disso, a tabela mostra o número de pessoas ocupadas em cada segmento. O segmento Lida foi também o que mais empregou, com 433.333 ocupações diretas (71,37%), seguido do Desporto e Lazer, com 125.700 ocupações diretas (20,71%). PSI e Turfe e Outros tinham o menor número de pessoas ocupadas, com 5.452 (0,90%) e 42.844 (7,02%), respectivamente.

    O texto também destaca que o Complexo do Agronegócio do Cavalo emprega diretamente 607.329 pessoas. Além disso, considerando que cada ocupação direta proporciona outras quatro ocupações indiretas, estima-se que sejam gerados 2.429.316 empregos indiretos. Assim, o Complexo é responsável, direta e indiretamente, por 3 milhões de pessoas ocupadas.

    Dessa forma, com essas estimativas de contribuição econômica, pode-se ter um panorama de cada estado do país no complexo agroindustrial equino referente às categorias Animais de manejo (trabalho) e Animais de esporte, lazer e criação, para essa estimativa foram não incluindo os valores do PSI e Turf e Outros, que representam uma fatia de 790,0 milhões e 940,0 milhões respetivamente. Não foram acrescidos pela impossibilidade de apuração desses valores em cada Estado, havendo muitas negociações, como leilões, com compradores e vendedores de diferentes Estados do país.

    A tabela a seguir mostra os valores em reais (R$) gastos com animais para esporte, lazer e criação em cada estado do Brasil, além do total gasto em todo o país. O estado de Minas Gerais lidera a lista com R$ 806.708.112,21, seguido por Mato Grosso e Rio Grande do Sul. O estado do Amapá teve o menor gasto, com R$ 9.740.712,66. No total, o país gastou R$ 5.840.000.000,00.

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    A tabela abaixo mostra os valores em reais (R$) gastos com animais de trabalho (lida) em cada estado do Brasil, além do total gasto em todo o país. O estado de Minas Gerais novamente lidera a lista com R$ 1.187.078.524,17, seguido por Mato Grosso e Rio Grande do Sul. O estado do Amapá voltou a ter o menor gasto, com R$ 14.330.927,86. No total, o país gastou R$ 8.580.000.000,00 com animais de trabalho. Nota-se que o valor gasto com animais para manejo é superior ao gasto com animais para esporte, lazer e criação, evidenciando a importância dos animais na atividade produtiva do país.

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    Considerações finais

    A equinocultura é uma importante atividade econômica no Brasil, com grande potencial de geração de empregos e renda em diversas regiões do país. A diversidade de raças de cavalos e suas aptidões específicas, aliada à demanda por atividades esportivas, recreativas e terapêuticas, fazem da equinocultura uma indústria em constante crescimento.

    Para que a equinocultura continue crescendo e se desenvolvendo, é fundamental incentivar a modernização e profissionalização da equinocultura no país. Isso inclui investimentos em pesquisa, tecnologia e infraestrutura, além da formação de profissionais especializados em diversas áreas relacionadas à criação de cavalos. Além disso, é fundamental a adoção de boas práticas de criação e manejo animal, garantindo o bem-estar dos cavalos e a qualidade dos produtos e serviços oferecidos.

    Portanto, a equinocultura representa uma grande oportunidade para o desenvolvimento do agronegócio no Brasil, gerando empregos e riquezas para o país. No entanto, é necessário um esforço conjunto de governos, produtores e profissionais da área para que a equinocultura continue crescendo de forma sustentável, promovendo o bem-estar animal e o desenvolvimento econômico do país.

    Referências

    IBGE. Levantamento Pecuário Municipal. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br. Acesso em: 18 de março de 2022.

    MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Revisão do Estudo do Complexo Agronegócio Cavalo. Brasília: MAPA, 2016.

    Por Luciano Ferreira Rodrigues Filho, Cavaleiro e Pesquisador | Haras Dom Herculano

    Fotos: Reprodução/ Pixabay

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    Fonte: Agro