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Manejo de pastagens para maior produtividade do gado

    1663177493 Manejo de pastagens para maior produtividade do gado

    Data: 21.05.2015 Local: Nova Granada, SP Cliente: DBA / Agroceres Assunto: Fazenda Porto Seguro. Foto: Celso Doni

    A produção pecuária moderna é baseado em alguns pilares, sendo genética, nutrição, saúde e reprodução. Todas as ferramentas utilizadas para otimizar a produção, em qualquer um desses pilares, levam a melhorias no desempenho zootécnico e ganhos para o produtor.

    especificamente em nutriçãouma das ferramentas para aumentar a eficiência produtiva e produzir proteína animal a pasto é a manejo de pastagens.

    O manejo de pastagensquando executado corretamente, gera três efeitos principais:

          1. Aumento de quantidade e qualidade a forragem “colhida” pelos animais;
          2. perpetuidade de forrageiras e qualidade do solo (degradação, compactação e erosão);
          3. Aumento de suportabilidade (aumentando a eficiência do pastejo e a área para abrigar mais animais).

    O manejo de pastagens pode ser definido como o conjunto de ações que envolvem fatores solo, vegetal, animal e meio ambiente, com o objetivo de manter a estabilidade e produtividade da forragem, promovendo maior produção animal..

    O desafio de manejo de pastagens é oferecer uma quantidade adequada de forragem para satisfazer a requisitos animais garantindo, ao mesmo tempo, a sobrevivência das espécies forrageiras pastoreadas.

    É importante que o animal consuma forragem de qualidade em quantidade suficiente para seu desempenho satisfatório, mantendo as folhas remanescentes no pasto, suficientes para realizar a fotossíntese (principal mecanismo na nutrição das plantas), e não comprometendo excessivamente as substâncias de reserva (carboidratos) utilizadas. em rebrota após a desfolha.

    O sistema de pastagem ideal busca maximizar a produção animal, ou por área, sem afetar a persistência das plantas forrageiras. Para entender melhor os sistemas de pastejo, especialmente em relação ao pastejo rotacionado, alguns conceitos devem ser conhecidosComo:

        • período de descanso: período de tempo em que não é permitido o uso de área de pastagem, ou seja, a área é permitida para descanso;
        • período de ocupação: tempo em que uma determinada área é ocupada por um ou mais grupos de animais;
        • pressão de pastoreio: relação entre o número de unidades animais, em termos de peso vivo ou peso metabólico, e a massa seca de forragem no pasto;
        • Taxa de capacidade: razão entre o número de animais e a unidade de área utilizada durante um determinado período de tempo (UA/ha).

    manejo de pastagens

    Sistemas de manejo de pastagens

    O ponto chave de manejo de pastagens é o ajuste das taxas de lotação e pressão de pastejo, independente do sistema de pastejo adotado. Esses parâmetros podem ser ajustados de acordo com circulação de animais na propriedade e pode ser realizado de forma rotativa ou contínua.

    meia contínua

    Também chamado gestão contínua é o método de pastoreio em que o rebanho permanece em um piquete, ou área, durante toda a época de pastagem. Neste caso, pratica-se menor lotação de animais na área, quando comparada à lotação rotacionada, dada a menor eficiência do pastejo.

    O pastoreio contínuo pode ser realizado de duas formas: taxa de lotação fixa ou variável. A capacidade fixa não oferece controle sobre as condições das pastagens em termos de qualidade ou quantidade.

    Já com meia variável, você pode alterar o número de animais bem como o tamanho da área, com o objetivo de ajustar a pressão de pastejo, melhorando a qualidade e a quantidade de forragem oferecida ao animal. Porém, na prática, a utilização desse método é mais complexa, pois requer muita mão de obra e movimentação dos animais para retirá-los e colocá-los de volta no pasto. Geralmente é um manejo realizado em pesquisa com animais suplementados com pastagem.

    Geralmente, em pastejo contínuo as áreas utilizadas são maiores em relação ao pastejo rotacionado, o que dificulta o manejo. Nesse cenário, vemos pastagens mais irregulares, principalmente quando formadas por forrageiras altas, que formam touceiras (por exemplo – andropogon, tanzânia, mombaça e outras), o que acaba confundindo esse manejo com o conceito de produção extensiva.

    pastoreio rotativo

    Também chamado de meia giradaneste método de gestão o pastagens são subdivididas em piquetese os animais são movidos periodicamente pelos vários piquetes.

    A chave para o sucesso deste tipo de gestão é o horário de entrada e saída dos animais em cada piquete, bem como o período de descanso dos piquetes após a saída dos animais.

    Como o crescimento das forrageiras varia ao longo das semanas, manter um período fixo de dias para determinar a entrada e saída dos animais nos piquetes não é a melhor opção. Por exemplo, não é interessante determinar que o período de ocupação será de 7 dias.

    Então, o parâmetro mais adequado e de fácil manuseio para estabelecer o horário de entrada e saída dos animais é a altura das forrageiras. É importante observar que cada forrageira terá a altura ideal para a entrada e saída dos animais.

    As características deste sistema são:

            • adotado em sistemas de produção de pastagens mais intensificados;
            • oferece condições para maior eficiência na colheita e uso da forragem pelos animais;
            • proporciona a utilização do pasto no momento de maior equilíbrio entre disponibilidade e qualidade da forragem;
            • está associada à adoção de maiores taxas de lotação e uso de fertilizantes;
            • proporciona maior uniformidade de pastejo;
            • exige maior investimento em cercas e bebedouros;
            • exige maior controle gerencial do sistema de produção.

    Novas metodologias no manejo de pastagens

    tanto o manejo contínuo de pastagensquanto ao rotativo possuem vantagens e desvantagens. enquanto em contínuo é mais difícil controlar a oscilação no crescimento da forragem, o que pode acabar causando pastejo desigual e perda de eficiência de colheita pelo animal no manejo rotativo O GMD individual (ganho médio diário) pode ser comprometido em favor da colheita de forragem e da produção por área.

    Pensando, então, em equilibrar ganho individual e colheita de forragem (alta eficiência de pastejo), outros modelos têm sido adotados em campo, como o gestão alternativa é o gerenciamento rotativo.

    Nome completo alternandomuitos animais circulam pela fazenda alternando pastagens, com períodos mais longos de ocupação e descanso.

    O conceito de gerenciamento rotativo é caracterizada por baixa intensidade de pastejo e alta frequência de retorno na área de pastejo (menor período de descanso). O método é com base no comportamento ingestivo dos animais, priorizando maximizar a taxa de consumo de matéria seca. Nesse caso, os animais se alimentarão das pontas das folhas, que correspondem à fração do capim mais rica em nutrientes. É muito parecido com a rotação, porém, como o foco é o animal e o GMD, o rodízio acaba acontecendo mais rápido, priorizando o consumo de forragem do animal.

    Régua de manejo de pastagens

    Uma das ferramentas utilizadas para realizar o manejo de pastagens é a régua de manejo de pastagens. Auxilia na avaliação direta da altura do pasto.

    Em piquetes sob pastejo contínuoa regra de manejo indica quando aumentar ou diminuir a lotação do pasto. Em piquetes sob pastejo rotacionado, a régua de manejo indica o momento em que os animais entram no pasto e o momento em que o piquete é trocado.

    manejo de pastagens
    Régua de manejo de pastagens – fonte: Embrapa

    Além da régua de pastagem, existem Outros métodos para ajudar o produtor a definir a entrada e saída dos animais do pasto. Com o advento da pecuária de precisão, novas metodologias estão sendo desenvolvidas, como o uso de imagens de satélite e desenvolvimento de algoritmos para tomada de decisão sobre manejo de pastagens, rotação de piquetes e ajuste de lotação.

    Problemas no manejo de pastagens

    O manejo correto do pasto evita o subpastoreio e o sobrepastoreio. Ambos são economicamente desfavoráveis ​​para o produtor a médio e longo prazo, pois afetam a longevidade da pastagem e não são ambientalmente sustentáveis.

    pastoreio excessivo

    Ocorre quando a pressão de pastejo aumenta (número de animais/forragem disponível), pois ocorre devido à alta capacidade do pasto. Nesse cenário, ocorre a competição pelo pasto e, consequentemente, a disponibilidade de forragem é reduzida, fazendo com que os animais consumam partes menos nutritivas das plantas, como as partes inferiores (com maior participação de colmos).

    Além de danos nutricionais aos animaiso sobrepastoreio também prejudicial à planta e ao solo. O crescimento da parte aérea e do sistema radicular é reduzido, reduzindo a capacidade de absorção de água e nutrientes, levando à queda na produção e qualidade da forragem, além de permitir o surgimento de plantas daninhas que competem com a pastagem.

    É importante salientar que as ervas daninhasalém de reduzir a capacidade de carga e competir com as forrageiras por nutrientes do solo, também podem causar lesões aos animais quando possuem espinhos ou até mesmo serem tóxicos.

    Outro agravante é que o sobrepastoreio contribui para acelerar os processos de compactação e erosão do solo.

    subpastoreio

    No subpastoreio, há um subdimensionamento do número de animais em uma determinada área. O subpastoreio permite a seletividade de animais para certas espécies e partes de plantaso que ainda lhes permite ingerir partes mais nutritivas do pasto, como a ponta do capim.

    O problema é que as áreas não pastoreadas acabam “passando” e perdendo o ponto de colheita. Nesse cenário, o animal começa a retornar a uma área já pastosa, resultando em grande desnível de pastejo ao longo do tempocomprometendo a eficiência do pastejo e o consumo de forragem pelo animal.

    Embora a vida das pastagens não seja afetada, não há uso total da forragem disponívelo que leva a uma redução na eficiência produtiva da propriedade.

    Em geral, para obter o aumento da longevidade das pastagens, juntamente com a produtividade econômica, as pastagens devem:

            • estar bem formado;
            • livre de invasores;
            • com gestão adequada;
            • respeitando a capacidade de suporte das forrageiras e suas exigências nutricionais;
            • com níveis de nutrientes do solo compatíveis com o que é consumido pela planta.

    Conclusão

    Independentemente do sistema de pastejo a ser utilizado na propriedade, O manejo das pastagens deve basear-se na oferta de pastagens de boa qualidade e quantidade para os animais de forma sustentável, sem degradar pastagens e solo, ou causar danos ao meio ambiente. Para isso, as necessidades dos animais, pastagens e solo devem ser manejadas, visando à produção, eficiência financeira e longevidade da atividade.

    Fonte: Agro