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Eventos da ANCA distribuem mais de R$ 176 mil em prêmios

    Eventos da ANCA distribuem mais de R$ 176 mil em prêmios

    O mês de janeiro foi marcado pela despedida da Associação Nacional do Cavalo de Apartação (ANCA). Durante evento realizado na Fazenda Gruta Azul, em Campo Grande (MS), a diretoria da associação prestou uma bela homenagem a Peter Kampjes, administrador da ANCA que há 15 anos colabora para o crescimento do esporte no Brasil.

    Peter decidiu que era hora de voltar para sua terra natal, a Nova Zelândia, e a associação aproveitou para agradecê-lo por toda a dedicação ao longo dos anos.

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    Para quem não sabe, Peter era professor de inglês na cidade de Espírito Santo do Pinhal (SP) e, a convite de Armando Costa Filho, mudou de vida e passou a se dedicar ao que viria a ser seu novo paixão: Apartamentos.

    Confira a história desse grande nome do Brasil: Peter Kampjes.

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    Equipe Cavalus Comunicação: Como começou sua história com a Apartación?

    Pedro Campjes: Eu estava morando em Espírito Santo do Pinhal (SP), ensinando inglês e queria tentar algo diferente, quando Armando Costa Filho me chamou em seu escritório e disse que era candidato a presidente da ANCA e que precisaria de alguém imparcial para ajudar receber juízes americanos.

    Havia cavalos no lugar onde cresci, que meu pai montava, mas eu não conhecia o corte ou as outras disciplinas ocidentais. Na Nova Zelândia o que domina é o hipismo.

    Então Armando me deu uma cópia do NCHA Chatter Magazine e 2 DVDs NCHA Futurity Finals e me pediu para estudar e voltar para ele. Li a revista de capa a capa, vi os DVDs e disse a Armando que não achava que fosse a pessoa certa para o trabalho, mas que o ajudaria até que ele o fizesse.

    A primeira prova que participei foi a 6ª Etapa do Campeonato Nacional ANCA 2006/2007, na Fazenda Berrante, em Assis, SP. Eu não sabia absolutamente nada, mas felizmente estava acompanhando o Mark Harden, que é uma pessoa muito inteligente e que está envolvido com o esporte nos Estados Unidos desde criança, que me ensinou minhas primeiras lições.

    Após o teste, peguei o livro de regras da NCHA e o DVD de treinamento e comecei a estudar e, quando tinha dúvidas, mandava uma mensagem para ele. Ele deve ter ficado um pouco entediado com tantas mensagens, mas sempre esteve lá para mim.

    Queria aprender mais, então comprei o livro de treinamento do Bill Freeman, o da Sally Harrison sobre a história da NCHA, li a revista Chatter e até regulamento das grandes corridas nos EUA, tudo que pensei para entender melhor sobre a modalidade.

    Conversei muito com os juízes que vinham de fora, e com o Russel McCord, que era o diretor de juízes do NCHA, que também me ensinou muito. Eu o admirava por seu conhecimento e postura.

    Eu fui ao NCHA Futurity em Fort Worth, TX todos os anos. Lá é o berço da Apartação e fiz algumas visitas ao escritório da NCHA para saber mais sobre a organização de eventos. Aprendi ajudando outras associações, principalmente ABQM e ANCR. Assisti até uma palestra na FGV sobre gestão associativa. Também aprendi muito conversando com treinadores, competidores, criadores tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

    Não vou citar nomes para não deixar ninguém de fora, mas todos me ajudaram compartilhando seus conhecimentos sobre os animais e os diversos aspectos da competição.

    Equipe de Comunicação da Cavalus. Você foi o responsável por modernizar os processos da associação. Como surgiu esta ideia?

    Pedro Campjes: Logo de início percebi que todo o sistema de avaliação dos animais nos Estados Unidos, até para saber em quais categorias eles podem competir, era baseado no ganho dos animais em dinheiro, e que na ANCA não tínhamos nem controle de esses valores. Foi tudo em pontuação.

    Depois, fiz algumas visitas ao escritório da Equistat nos Estados Unidos, que é a maior empresa de estatística de competições equinas e referência lá, e começamos a montar um histórico dos animais e competidores que competem nas competições da ANCA. Todos os resultados e vitórias de competidores e animais em eventos oficiais e aprovados da ANCA também são registrados em seu banco de dados.

    Equipe de Comunicação da Cavalus. Como surgiu a ideia de gravar as provas e por quê?

    Pedro Campjes: Ao lidar com os juízes, aprendi que ter imagens das provas é superimportante. Serve para as avaliações que os jurados precisam fazer no dia, para os monitores que precisam avaliar o desempenho dos jurados após a prova, para divulgação dos campeões e do evento, além de servir para comercializar os animais e ser um ferramenta para os concorrentes verem onde podem melhorar suas apresentações.

    Um dos problemas que eles sempre encontram nos Estados Unidos é que, se você precisa da filmagem de um teste, primeiro precisa saber quem era o cinegrafista. Então, para não ter esse problema aqui, criamos uma biblioteca de imagens da ANCA que contém imagens de todas as corridas oficiais e aprovadas desde 2005 e algumas dos anos anteriores desde que a ANCA começou em 1989.

    Também investimos em equipamentos de transmissão e treinamento de pessoal, e agora a equipe própria da ANCA filma e transmite ao vivo todos os grandes eventos do esporte, com equipamentos modernos e inclui até replay em câmera lenta.

    Equipe de Comunicação da Cavalus. Você mudou o layout da folha de julgamento. Porque?

    Pedro Campjes: Assim que entrei, percebi que as folhas de julgamento foram disponibilizadas para os competidores verem no evento, mas depois não tiveram mais acesso, algumas estavam em inglês e muitos competidores não sabiam ler. Assim, traduzimos os formulários e passamos a escaneá-los e a publicá-los no site da ANCA em 2007. Assim, os proprietários que não puderam vigiar seus animais tiveram mais um recurso para consultar como foram na corrida, e os competidores puderam voltar e ver mais tarde na hora que eles queriam, e junto com a filmagem, se eles quisessem.

    Ele sempre passava um tempo com os competidores ajudando-os a ler os detalhes nas folhas. Nos maiores eventos disponibilizamos as filmagens logo após o término da bateria para que os competidores possam assistir suas corridas. Eles olham para as folhas de julgamento em seus telefones celulares e sentam no sofá para assistir. Individualmente, esses exemplos de filmagem e fichas são coisas pequenas, mas acredito que a transparência das informações ajuda muito a manter as competições mais justas.

    Após alguns eventos percebi que boa parte do que fazíamos manualmente no escritório para organização de eventos poderia ser automatizado e começamos a desenvolver o sistema de eventos da ANCA, sempre focando na transparência, disponibilizando informações e campanhas para todos. Deu certo e hoje todas as provas oficiais e homologadas utilizam o mesmo sistema de entrada da ANCA, o que ajuda a padronizar a experiência dos competidores que participam de eventos multicore.

    Equipe de Comunicação da Cavalus. Que mensagem você deixa para os membros da ANCA?

    Pedro Campjes: Pois bem, em 15 anos muitas coisas aconteceram, e hoje as competições do esporte em vários estados batem recordes de participação. Estou muito feliz com isso, e por poder ter contribuído um pouco. Digo que contribuo, mas não fiz nada sozinho. Foi sempre com a ajuda de muita gente: presidentes, diretores, técnicos, competidores e equipe da ANCA. Essas pessoas encheram minha jornada de alegria e aprendizado. Eles muitas vezes me fizeram parecer melhor do que realmente sou. Tivemos muitos bons momentos e alguns difíceis. Espero que todos saibam que, se alguma vez discutimos, foi sempre pelo que eu acreditava ser o melhor para a Associação. Pra quem nem conhecia a modalidade, agora vou gostar sempre de ver o brilho de um bom cavalo que gosta mesmo é de desbravar.

    Por: Camila Pedroso

    Fotos: Divulgação/Arquivo

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    Fonte: Agro