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Deputados goianos aprovam em 2º turno projeto que tributa produtos agrícolas

    Deputados goianos aprovam em 2o turno projeto que tributa produtos

    Foto: Divulgação/Ass. Perna. Goiás

    Apesar dos protestos dos produtores rurais, que chegaram a invadir o plenário da Assembleia Legislativa na terça-feira (22), os deputados goianos aprovaram, por 21 votos a favor e 14 contra, na quarta-feira (23), o projeto de lei que institui a contribuição sobre a agricultura produtos a serem utilizados na manutenção de infraestruturas, como estradas, pontes e aeródromos. Também foi aprovada a proposta de criação do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), que vai administrar o valor arrecadado com a taxa.

    Leia a reportagem do G1 abaixo:

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    Foi aprovado em segunda votação nesta quarta-feira (23), na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), em Goiânia, o projeto de lei que cria a contribuição sobre produtos agrícolas a serem investidos na manutenção de infraestrutura, como rodovias, pontes e aeródromos. Também foi aprovada a matéria que cria o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), que vai administrar o valor arrecadado com a taxa (veja no final quem votou contra e a favor🇧🇷

    Ambos os projetos foram idealizados pelo governador Ronaldo Caiado (UB). Para que entrem em vigor, ele precisa sancionar ambas as questões.

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    O projeto que cria a taxa foi aprovado com 22 votos a favor e 14 contra, em sessão híbrida e sem plateia, após manifestantes invadirem o plenário na terça-feira (22), quando a matéria seria votada no 2º turno.

    Apesar de ser conhecida como Taxa do Agro, os valores arrecadados referem-se a uma contribuição, tem finalidade específica e não podem ser utilizados livremente pelos governos (veja a diferença entre taxas, contribuições e impostos no final do artigo)

    Entenda o que é o Imposto Agro

    A taxa agro, como ficou conhecido o projeto elaborado pelo governo, será de no máximo 1,65% sobre os produtos agrícolas produzidos. Detalhes sobre a taxa ainda serão definidos pelo governo após a aprovação do projeto. De acordo com o artigo, o objetivo é compensar a perda de arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis.

    Segundo justificativa do governo, a contribuição é restrita aos produtores que possuem benefícios fiscais ou regimes especiais de tributação. A alíquota, que já existe em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, não será aplicada a produtores de cesta básica, leite e agricultores familiares que vendam direto ao consumidor final.

    A outra matéria aprovada é a que cria o Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra) dentro da Agência Goiana de Infraestrutura (Goinfra). O fundo receberá o dinheiro do aporte para investir no desenvolvimento econômico do estado, como manutenção de rodovias, pontes e aeródromos, e terá como foco a captação e gestão dos recursos arrecadados com a produção agrícola, pecuária e mineral.

    Deputados ligados ao agronegócio disseram que o projeto era inconstitucional, mas foi aprovado pela Comissão Mista com parecer favorável do relator Wilde Cambão (PSD). A Procuradoria Geral do Estado expediu despacho dizendo que não há discussão constitucional sobre o assunto e que a receita não tem natureza tributária.

    O projeto chegou à Assembleia Legislativa no dia 10 de novembro. Sete dias depois, foi aprovado no 1º turno do plenário, em meio a protestos de ruralistas. Aprovadas pelos parlamentares, as leis entram em vigor em 1º de janeiro de 2023. Porém, ainda dependem da sanção do governador de Goiás.

    Votou a favor do agrotaxa na 2ª votação:

    Álvaro Guimarães (UB)

    Bruno Peixoto (UB)

    doutor Antonio (UB)

    Rubens Marques (UB)

    Tião Caroço (UB)

    Virmondes Cruvinel (UB)

    Amilton Filho (MDB)

    Carlos Bento (UB)

    Francisco Oliveira (MDB)

    Lucas Calil (MDB)

    Thiago Albernaz (MDB)

    Zé da Imperial (MDB)

    Cairo Salim (PSD)

    Max Menezes (PSD)

    Wilde Cambão (PSD)

    Coronel Adailton (PRTB)

    Doutor Fernando Curado (PRTB)

    Júlio Pina (PRTB)

    Jeferson Rodrigues (Republicanos)

    Rafael Gouveia (Republicanos)

    Henrique César (PSC)

    Votou contra a taxa agro na 2ª votação:

    Lissauer Vieira (PSD)

    António Gomide (PT)

    Delegada Adriana Accorsi (PT)

    Amauri Ribeiro (UB)

    Hélio de Sousa (PSDB)

    Major Araújo (PL)

    Zé Carapô (Pros)

    Cláudio Meirelles (PL)

    Delegado Humberto Teófilo (Patriota)

    Delegado Eduardo Prado (PL),

    Paulo Cezar Martins (PL)

    Chico KGL (UB)

    Paulo Trabalho (PL)

    Gustavo Sebba (PSDB)

    Ausentes na 2ª votação da taxa agro:

    Talles Barreto (UB)

    Alisson Lima (PSB)

    Sérgio Bravo (PSB)

    Leda Borges (PSDB)

    Carlos Cabral (PSB)

    Veja a diferença entre taxas, contribuições e impostos

    A Taxa Agro, como ficou conhecida, é na verdade uma contribuição. Embora possam parecer sinônimos, existem diferenças entre taxas, contribuições e impostos, embora os três sejam impostos. Veja o que cada um deles significa:

    Contribuições: Eles têm uma finalidade específica e não podem ser usados ​​livremente pelos governos. Geralmente são cobrados quando há destinação específica, como PIS e PASEP, que são direcionados a um fundo para trabalhadores de menor renda. A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) foi criada em 1997 para arrecadar recursos para a saúde pública. Agora, o governo propõe recriar o imposto para ajudar a cobrir a lacuna na Previdência Social.

    Honorários: São valores cobrados por um serviço específico, como a taxa de coleta de lixo ou a taxa de emissão de documentos. E, ao contrário do imposto, jamais poderá ser cobrado com base na capacidade financeira do contribuinte.

    Impostos: São a principal fonte de financiamento dos serviços públicos e podem incidir sobre bens (como IPTU e IPVA), renda (Imposto de Renda) e consumo (IPI, ICMA), mas não têm destinação específica.

    Fonte: Agro