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Café: Países produtores mundiais buscam defender a produção de café com…

    Cafe Paises produtores mundiais buscam defender a producao de cafe

    O Parlamento Europeu apresentou uma proposta que impõe inúmeras restrições ao produto cafeeiro e prevê sanções comerciais às importações, tema que preocupa cada vez mais os produtores mundiais.

    Com o objetivo de alinhar a defesa dos cafeicultores com a União Europeia (UE), representantes dos países que integram o Fórum Mundial de Produtores de Café se reuniram, no dia 5 de agosto, em reunião virtual. Na ocasião, o Brasil foi representado pelo Conselho Nacional do Café (CNC).

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    Os cafeicultores trabalham para informar as autoridades europeias sobre a produção sustentável de café e alertam que essas sanções propostas afetarão a cadeia de valor do café.

    O encontro foi coordenado pelo presidente do Fórum Mundial de Cafeicultores e seu representante junto à comunidade europeia, Juan Esteban Orduz, e pelo gerente geral da Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia (FNC), Roberto Vélez Vallejo.

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    A reunião serviu para definir os pontos a serem abordados no documento demonstrativo da produção mundial de café, que será entregue pelos países produtores à UE. Em defesa da cafeicultura brasileira, o CNC apresentou os seguintes pontos como subsídio para a elaboração do manifesto:

    A produção sustentável de café baseia-se na preservação permanente do meio ambiente, das florestas e das nascentes – essa é a realidade encontrada hoje no campo. O objetivo é continuar produzindo e preservando permanentemente;

    A nova legislação envolve cultivos de grãos, café e cacau, e em todos eles há a proibição do desmatamento. No entanto, a produção brasileira de café é realizada em áreas antropizadas, ou seja, não há o desenraizamento de uma única árvore para o plantio de novas mudas;

    Desvincular o café de grãos, proteínas, cacau e outras culturas é uma tarefa com a qual estamos comprometidos, e com a participação do Embaixador em Londres junto ao mercado consumidor europeu, pelos motivos mencionados acima;

    A proposta europeia avança para estabelecer salários mínimos a serem pagos aos trabalhadores, rastreabilidade lote a lote, uso de agrotóxicos, entre outros, são itens passíveis de sanções, o que é inconcebível;

    O futuro da cafeicultura mundial não depende apenas de saber produzir, mas também de gerir, promover ações estratégicas e corajosas em toda a Cadeia Produtiva Mundial. Não podemos ceder à pressão do mercado de importação, nem de ONGs. É preciso reconhecer o serviço ambiental que os produtores prestam, pois atualmente os custos estão sendo arcados apenas pelos cafeicultores, o que acreditamos ser injusto;

    Como representantes do Brasil, desejamos com este encontro lançar a posição dos produtores de café, não como forma de contestação, mas com bases ou alicerces sólidos para uma cafeicultura sustentável, pautada por produtores com renda digna e próspera. Os baixos preços praticados pelo mercado acontecem em detrimento dos produtores;

    De acordo com uma carta da Sra. Eileen Gordon, Secretária Geral da Federação Européia do Café, a proibição imediata de agrotóxicos torna-se inviável, o que pode comprometer o abastecimento e, consequentemente, aumentar o custo para os consumidores. Essa proibição deve ser feita gradualmente conforme proposto, a partir de 2030;

    O registro de agrotóxicos deve ser feito em cada país produtor e com receituário agronômico, aprovado pelo respectivo órgão de controle sanitário e ambiental;

    A rastreabilidade por propriedade individual é inviável – fazendo com que pequenos agricultores (que representam 78% dos nossos agricultores) sejam excluídos da atividade. A melhor estratégia é monitorar a rastreabilidade por meio de cooperativas. Quanto ao desmatamento, o café não é cultivado em áreas desmatadas, que podem ser facilmente monitoradas por meio de imagens de satélite;

    Sobre o Carbono – Resultados científicos comprovam que a cafeicultura é negativa em carbono, sendo armazenada nos solos e nas plantas. A cafeicultura contribui para a retirada de carbono da atmosfera (dados científicos comprovam);

    No Brasil, temos ações de capacitação e capacitação de produtores e trabalhadores rurais, como o uso de Equipamentos de Proteção Individual – EPI para sua proteção. O objetivo é desenvolver áreas de produção, auxiliando em questões técnicas como preservação, uso de insumos, uso eficiente de água, defensivos e fertilizantes, além do manejo adequado da propriedade;

    Renda do trabalhador – A legislação trabalhista brasileira define o salário mínimo a ser pago e é extremamente rígida. Além disso, os trabalhadores rurais das lavouras de café recebem um valor superior ao exigido por nossa legislação.
    Para o presidente do CNC, Silas Brasileiro, o encontro foi histórico. “Este encontro promoveu uma união fundamental entre os produtores de café do mundo. Não se pode esperar de um ou outro representante apenas a defesa de toda a cadeia, em um momento tão delicado como o que estamos vivenciando. As sanções comerciais geram instabilidade no mercado e preocupação para os produtores. Portanto, quando se somam forças – não para confrontar a União Europeia, mas para mostrar como é sustentável a produção de café no Brasil e em outros países produtores, que também adotam o mesmo princípio –, possibilita promover o diálogo”, analisou. .



    Fonte: Noticias Agricolas