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Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas e Sebrae lançam…

    Associacao dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas e Sebrae lancam

    Iniciativa envolve 21 municípios em estratégia para fortalecer a identidade territorial, gerar valor para o café e estimular o desenvolvimento da região

    O Sudoeste de Minas Gerais responde hoje por 10% da produção de café de todo o estado. Anualmente, quase 12 mil propriedades rurais da região, compostas por 21 municípios e com população total de 480 mil habitantes, colhem 2,6 milhões de sacas de 60 kg em 178,53 milhões de hectares de área plantada, segundo dados de levantamento da Emater. Para aumentar a competitividade do setor cafeeiro, a Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas Gerais e o Sebrae Minas lançam, no dia 30 de maio, às 19h30, em Guaxupé, o marco do território da região.

    A iniciativa faz parte da estratégia de reposicionar o Sudoeste no mercado global de café, valorizando a origem produtora. Além do lançamento da marca, os produtores apresentarão à comunidade e ao mercado o planejamento para fortalecer a identidade regional, contribuir para o desenvolvimento sustentável da cafeicultura e possibilitar a inserção competitiva dos produtores no mercado global.

    “A nova marca expressa a identidade, valores, crenças e atitudes dos produtores do Sudoeste de Minas, que se somam para garantir ao mercado um café diferenciado e único. Dará suporte aos planos estratégico, operacional e tático que serão norteados por ações relacionadas ao desenvolvimento de governança, marketing, estruturação do sistema de origem controlada, engajamento de produtores e empresas e disseminação de conhecimento e tecnologias”, explica o presidente da Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.

    Apoio ao setor cafeeiro

    A criação da marca para a Região Sudoeste de Minas representa um passo decisivo para que os produtores avancem na organização e desenvolvimento do setor. Essa construção coletiva já dura três anos, quando o Sebrae começou a trabalhar com um grupo de produtores da região. Diversas propriedades rurais do território são atendidas pelo Educampo, programa criado em 1997 e importante ferramenta de gestão da atividade cafeeira.

    A primeira iniciativa foi a realização de um diagnóstico para avaliar o potencial da Indicação Geográfica (IG), instrumento legal que garante a exclusividade do uso do nome geográfico por produtores e empresas do território. As IGs identificam um produto por sua origem, agregam valor e ampliam o acesso a mercados específicos.

    Em julho do ano passado, a Associação solicitou ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) o reconhecimento da Marca Coletiva Sudoeste de Minas, que visa diferenciar um produto ou serviço oferecido por membros de uma entidade coletiva de seus concorrentes. Ainda em 2022, a entidade protocolou pedido de Indicação Geográfica no INPI, na forma de Indicação de Procedência (IP) Sudoeste de Minas.

    PI consiste no nome geográfico que se torna conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou prestação de determinado serviço. Ou seja, regiões que possuem reputação positiva por oferecer determinado bem ou serviço.

    A Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas, formada em 2021, conta atualmente com 56 associados e, a partir de seu lançamento, buscará mobilizar um número crescente de produtores para aderir à entidade e unir forças para aumentar a sustentabilidade e a competitividade da cafeicultura na região .

    Região Sudoeste de Minas Gerais

    O café é um produto importante para a economia dos 21 municípios que compõem a região: Arceburgo, Alpinópolis, Alterosa, Bom Jesus da Penha, Botelhos, Cabo Verde, Carmo do Rio Claro, Conceição de Aparecida, Fortaleza de Minas, Guaranésia, Guaxupé , Itamogi, Jacuí, Juruaia, Monte Belo, Monte Santo de Minas, Muzambinho, Nova Resende, Passos, São Pedro da União e São Sebastião do Paraíso.

    A vegetação predominante no Sudoeste de Minas Gerais são as florestas tropicais da Mata Atlântica, com altitudes de 1.250 metros e temperaturas anuais entre 5C° e 28°C. A precipitação média na região é de 1.350 mm na região, suficiente para o desenvolvimento da cafeicultura de alta qualidade.

    A atividade é grande empregadora de mão de obra familiar neste território, e se destaca pela atuação de produtores que estão na segunda ou terceira geração do negócio, além da significativa participação de mulheres na administração das fazendas.

    Segundo o presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas, Fernando Barbosa, a marca territorial torna-se fundamental para que a região ganhe destaque e se torne ainda mais competitiva na atividade cafeeira: “A marca expressa o reconhecimento da região, que tem suas características, valores e cultura. Defendemos a cafeicultura sustentável e consciente e percebemos que o mercado está cada vez mais atento a produtos de qualidade. Por isso, esta iniciativa é importante para fortalecer a identidade e origem do território, valorizar o trabalho dos produtores e buscar oportunidades de negócios”.

    A Região Sudoeste de Minas se soma ao Cerrado Mineiro e outros territórios como locais genuínos da cafeicultura mineira. De 2010 a 2020, a produção local de café cresceu 34%, saltando de 3,25 milhões de sacas em 2010 para 4,37 milhões de sacas em 2020. No mesmo período, a produtividade do café brasileiro cresceu 27%. O valor bruto da produção da região na safra 2020-2021 foi superior a R$ 2,2 bilhões.

    A atividade tem importante contribuição para o Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios produtores, que atingiu o valor de R$ 12,2 bilhões, segundo o IBGE (dados de 2020). Os cafés da região se caracterizam pelo sabor doce – com notas de chocolate, caramelo, avelã, frutas amarelas, frutas vermelhas, frutas secas, mel e melaço; aroma de chocolate, frutado e açúcar mascavo –, acidez predominantemente cítrica e aspecto encorpado.

    Fonte: Noticias Agricolas