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Aprosoja Brasil publica carta de produtores em defesa da soja sustentável

    Aprosoja Brasil publica carta de produtores em defesa da soja

    O documento é resultado dos temas discutidos durante o 1º Congresso Brasileiro de Produtores de Soja, realizado em 5 de agosto de 2022, em Brasília, e expressa a defesa dos sojicultores pelo principal produto agrícola da pauta exportadora do agronegócio brasileiro.

    Carta de Brasília – Soja Responsável

    Brasília – Distrito Federal, agosto de 2022.

    Os produtores de soja signatários deste documento realizaram em Brasília, capital do Brasil, no dia 5 de agosto de 2022, o 1º Congresso Brasileiro de Produtores de Soja, evento inteiramente promovido e financiado pela Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) e por todos os estados da Aprosojas . O objetivo foi afirmar e promover a sustentabilidade da soja brasileira por meio de informações públicas, oficiais e verificáveis, além de abrir um debate transparente e franco com atores públicos e privados da cadeia da soja e com representantes do corpo diplomático de importantes países compradores soja brasileira.

    O evento foi uma reação às ameaças de implantação de barreiras não tarifárias à soja do Brasil e do Mercosul pelo Parlamento Europeu e às constantes ofensivas de organizações não governamentais (ONGs) e também serviu para rebater declarações errôneas de outros membros do cadeia de mantimentos. soja de vários países. Após uma análise técnica dos dados públicos e privados disponíveis, os participantes chegaram às seguintes conclusões:

    A soja brasileira e do Mercosul fixam mais carbono do que emitem;
    Não é verdade que a soja produzida no Brasil emite mais carbono do que fixa. Através do sistema de plantio direto, aliado ao uso de microrganismos que ciclam nutrientes, há intensa fixação de carbono no solo. Portanto, metodologias baseadas em cortes temporais comparando cultivos entre países nos últimos 20 anos são infundadas, pois ignoram o comportamento do carbono nos sistemas de produção, especialmente no Brasil. Pesquisas recentes em áreas de soja e milho no estado de Mato Grosso mostraram que, após uma década, a quantidade de CO2 armazenada no solo era superior à emitida. Portanto, o cultivo da soja no Brasil ao longo do tempo é um importante aliado para mitigar a ocorrência de temperaturas extremas.

    Os ganhos de produtividade da soja reduziram drasticamente a demanda por novas áreas agrícolas;
    O Brasil produz até três safras por ano com ganhos progressivos de produtividade. Desde os anos 2000, o país lidera os ganhos de produtividade agrícola no mundo, segundo um estudo recente. Isso significa que enquanto produzimos muito mais, reduzimos drasticamente a pressão por novas áreas de cultivo, algo digno de reconhecimento. Atualmente, as áreas agrícolas ocupam 7,8% do território brasileiro, percentual bem inferior ao de outros países, principalmente os mais desenvolvidos, que possuem ocupação média superior a 50%.

    A soja brasileira não é responsável pelo aumento do desmatamento no bioma Amazônia;
    A produção de soja cresceu nas últimas décadas em áreas já antropizadas e apenas 3% em áreas de vegetação nativa. Segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), apenas 1,9% do desmatamento total está relacionado ao plantio de oleaginosas. Isso prova que a soja não é uma causa relevante de desmatamento no bioma.

    O bioma amazônico não está ameaçado pelo desmatamento;
    O bioma Amazônia está 84% preservado em virtude da legislação vigente e de um esforço nacional público e privado de preservação do meio ambiente, principalmente dos produtores rurais. A ocupação atual do bioma está bloqueada em mais de 60%. No entanto, nas demais áreas particulares, principalmente nas propriedades rurais, é obrigatória a preservação de 50% a 80% da vegetação nativa. Isso significa que, mesmo que essas áreas estejam disponíveis, elas não podem ser totalmente incorporadas à produção. E é por isso que 84% do bioma está preservado.

    Os produtores rurais, como a maioria dos brasileiros, respeitam e preservam o bioma amazônico;
    Os produtores de soja plantam em apenas 5% do território nacional, e de toda a área do bioma amazônico, há décadas a lavoura ocupa apenas 1%. Possíveis novas aberturas de áreas no bioma exigem que 80% ou mais da propriedade sejam preservados com vegetação nativa (Reserva Legal) mais as Áreas de Preservação Permanente (APP). Portanto, com todas as informações listadas, seria irracional insistir em acusar a soja brasileira de ameaçar o bioma amazônico. Os brasileiros, principalmente os agricultores, respeitam e sempre defenderão a preservação da nossa natureza.

    O produtor de soja brasileiro é o único que produz alimentos e presta serviço ambiental à humanidade, sem nenhum ganho econômico com isso;
    Apesar de ESG ser uma tendência mundial, o Brasil está consternado com a incapacidade das empresas de reconhecer o grande diferencial da soja brasileira. Junto com os milhões de produtores rurais no Brasil, os sojicultores são os únicos no mundo que prestam serviços ambientais à humanidade. Ao mesmo tempo, garantem que o agronegócio responda por 25% dos empregos, por 27% do PIB nacional, por 40% das exportações nacionais e pelo aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nos milhares de municípios onde a soja está presente , o que melhora a qualidade de vida das famílias do interior do país.

    Ao desconsiderar os benefícios da agricultura brasileira, a Agenda ESG, na direção oposta, quer impor limitações à produção, o que impactará diretamente no bem-estar da população, com risco de fechamento de empregos e prejuízo socioeconômico e ambiental responsável desenvolvimento. A agenda do desenvolvimento sustentável precisa reconhecer que a legislação ambiental vigente no Brasil que define a responsabilidade dos produtores em preservar a vegetação nativa dentro das propriedades privadas é um diferencial positivo e único no mundo.

    As leis brasileiras e as boas práticas agrícolas permitem que os agricultores prestem serviços ambientais que se traduzam na manutenção da biodiversidade; recarregar a água dos aquíferos, conservar os recursos hídricos existentes e purificar a água; no sequestro de carbono através do crescimento da vegetação; na mitigação de fenômenos climáticos extremos e na melhoria da qualidade do ar, entre outros benefícios. Essa preservação gera serviços ambientais que nenhum outro produtor do mundo presta, garantindo um meio ambiente mais equilibrado para as gerações futuras. Tudo isso ocorre enquanto produz alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas em todo o planeta.

    Com todas essas informações, os produtores de soja brasileiros reafirmam:

    1. Nenhum bioma brasileiro está ameaçado pelas plantações de soja. A cultura da soja não é um fator relevante no desmatamento e seu crescimento ocorreu em áreas de pastagens, com poucas aberturas específicas onde ainda é possível;
    2. Não concordamos com a tese da moratória da soja, que funciona como uma peça publicitária internacional prejudicial à imagem dos sojicultores brasileiros, indo na contramão da realidade dos fatos mencionados acima;
    3. A soja brasileira é a mais sustentável do mundo devido às boas práticas agrícolas e alta produtividade, mas também porque o sojicultor é o único que presta serviços ambientais em suas propriedades, arcando com um custo que é para toda a sociedade sem perder competitividade;
    4. Os produtores de soja brasileiros são totalmente contra o desmatamento ilegal;
    5. Queremos manter um diálogo franco e transparente com os países que compram a soja brasileira, permanecendo totalmente abertos a agendas e negociações.
    6. Reconhecendo o Código Florestal como legislação moderna e adequada à proteção ambiental, o Cadastro Ambiental Rural como a forma mais transparente com que um país tem tratado sua questão ambiental, bem como o PRA como o maior programa de regularização ambiental do mundo, os produtores da Soja têm feito esforços para promover programas privados de regularização ambiental com base na legislação vigente, que é uma das formas adequadas que encontramos para atender às demandas atuais dos mercados que compram nossa soja.



    Fonte: Noticias Agricolas